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Brasileiro cria startup nos EUA e recebe investimento de Melinda e Bill Gates

A Bill & Melinda Gates Foundation investiu 10 milhões de dólares na agtech Provivi, que usa feromônios para proteger colheitas de insetos

Provivi: a empresa foi criada em 2013 por Frances Arnold (vencedora do Nobel de química em 2018), Pedro Coelho e Peter Meinhold (Chesnot/Getty Images)

Provivi: a empresa foi criada em 2013 por Frances Arnold (vencedora do Nobel de química em 2018), Pedro Coelho e Peter Meinhold (Chesnot/Getty Images)

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Carolina Ingizza

Publicado em 26 de fevereiro de 2021 às 11h00.

A startup americana Provivi, que usa feromônios para fazer controle de pragas em colheitas, anunciou esta semana ter recebido um aporte de 10 milhões de dólares da fundação de Bill & Melinda Gates, criada pelo fundador da Microsoft e sua esposa. O investimento complementa a rodada série C da companhia, anunciada em dezembro, em que foram levantados 45,5 milhões de dólares.

O interesse da fundação de Bill Gates na Provivi chama atenção não só porque o produto da startup tem grande sinergia com o agronegócio do Brasil, mas principalmente porque a empresa foi fundada e é presidida pelo químico brasileiro Pedro Coelho.

Coelho fundou a companhia em Los Angeles, em 2013, a partir de suas pesquisas de doutorado na prestigiada Caltech. Como sócios, trouxe sua orientadora na pesquisa, a doutora Frances Arnold (que em 2018 venceu o Nobel de química), e o biotecnólogo Peter Meinhold.

A startup desenvolveu um método para produção em larga escala de feromônios — substâncias que os insetos produzem para atrair parceiros sexuais. Seu uso na lavoura é bastante simples: ao espalhar a substância em larga quantidade pela plantação, os insetos se confundem e não conseguem localizar as fêmeas da espécie, interrompendo o ciclo reprodutivo das pragas.

O composto químico é conhecido há décadas, mas até então custava muito caro para ser produzido. Só culturas de alto valor agregado, como vinícolas, o utilizavam. Com o método da Provivi, é possível que plantações de soja, algodão, arroz e milho passem a adotar o defensivo, melhorando a produtividade da lavoura e diminuindo em cerca de 35% a necessidade de inseticidas convencionais.

A empresa atua principalmente ajudando pequenos produtos de países em desenvolvimento, como Brasil, México, Quênia, Bangladesh e Índia, a fazer o controle de pragas de suas plantações. Com o novo aporte da fundação Bill & Melinda Gates, a startup planeja aumentar a produção e distribuição do seu protetor de safra.

“Somos gratos por unir forças com uma organização como a Fundação Bill & Melinda Gates, já que seu investimento é uma prova de confiança na capacidade da Provivi", disse Coelho. Após a captação, a Provivi está focada em conseguir registro para seu produto em novos países. “Queremos levar os benefícios dos feromônios para os agricultores de grãos que alimentam o mundo todo.

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