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Bons exemplos nas empresas

Em um livro que parece roteiro de filme, o empreendedor Blake Mycoskie conta o que aprendeu ao criar a Toms Shoes, empresa de calçados que, a cada par vendido, doa outro a crianças pobres

Mycoskie: lições de um empreendedor social para negócios iniciantes (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2012 às 15h35.

São Paulo - O americano Blake Mycoskie é um daqueles empreendedores que acabam se tornando a personificação de seus negócios. Nos últimos anos, ele tem sido o principal garoto-propaganda da empresa que fundou em 2006, a fabricante de calçados Toms Shoes. A história de sua criação pode parecer roteiro de filme.

Numa viagem à Argentina, onde passou algumas semanas aprendendo a jogar polo, Mycoskie ficou comovido ao perceber que muitas crianças carentes brincavam descalças nas ruas da periferia porque a família delas não tinha dinheiro sequer para comprar-lhes um par de alpargatas.

Mycoskie resolveu, então, criar uma empresa cujo modelo de negócios era relativamente simples — a cada calçado vendido, outro seria doado a alguma criança carente ao redor do mundo.

Em seu recente lançamento, o livro Start Something That Matters ("Comece algo relevante", numa tradução livre), Mycoskie conta a expe­riência que acumulou ao criar a Toms Shoes e, sobretudo, extrai do empreende­dorismo social ensinamentos para quem está disposto a criar um novo negócio em qualquer área.

Mycoskie tem autoridade suficiente para aconselhar jovens empreendedores. Ele mesmo é um representante do que se pode chamar de empreendedor em série. Antes dos 35 anos, já  havia criado quatro empresas diferentes, entre elas uma lavanderia para jovens universitários e um canal de TV especializado em reality shows.

"Nem todas as minhas iniciativas deram certo", disse Mycoskie numa entrevista para a revista Time. "Mas acredito que tudo o que fiz serviu de preparação para erguer a Toms Shoes."

Depois de algumas experiências malsucedidas, Mycoskie considera que um dos grandes desafios a ser perseguidos todos os dias por um empreendedor é cortar excessos nos custos da empresa. O exercício é mais ou menos parecido com o praticado por consultores especializados em eliminar as gorduras que, com o passar do tempo, se acumulam nas companhias, drenando recursos importantes.


Uma vez estabelecida a frugalidade como valor supremo, diz My­cos­kie, fica mais difícil um empreendedor se ver em apuros financeiros. “O ideal é que ele se concentre no mínimo necessário para fazer a empresa funcionar”, afirma.

A trajetória como empreendedor ajudou Mycoskie a perceber, também, que um modelo de negócios simples e claro pode ajudar na conquista de fornecedores e clientes. O caso da Toms Shoes é bem ilustrativo. Sua missão de contemplar uma criança pobre a cada vez que um par de sapatos novos é vendido pode ser compreendida facilmente por qualquer cliente. ]

Para Mycoskie, o modelo sem muitos intermediários é visto com bons olhos pelos consumidores, que acreditam praticar uma boa ação ao comprar os sapatos da marca — no livro, Mycoskie deixa claro que seu objetivo não é manter uma instituição de caridade, mas ter o que ele chama de uma empresa social com fins lucrativos.

"As pessoas não estão pagando apenas por um par de sapatos", diz Mycoskie. "Elas sentem que realmente estão fazendo algo para mudar o mundo."

Essa forma clara e direta de se relacionar com os consumidores propicia o surgimento de um verdadeiro grupo de fãs, que passam a espalhar a ideia entre seus amigos e conhecidos.

Parece estar dando certo. Em seus primeiros cinco anos, a Tom Shoes distribuiu mais de 1 milhão de calçados para crianças carentes mundo afora e está se preparando para replicar a ideia com óculos e livros.

No livro, assim como em suas palestras e apresentações para divulgar a Toms Shoes, Mycoskie sempre repete que uma boa dose de risco também é inevitável para quem quer empreender.

"No começo da empresa, pouca gente, além de meu sócio, acreditava que o negócio de vender um par de sapatos e doar outro sobreviveria por muito tempo", diz. Segundo Mycoskie, muitas pessoas ficam simplesmente paralisadas com medo das críticas, do fracasso ou de perder dinheiro.

Em vez disso, deveriam estabelecer um plano sério para fazer suas ideias virarem um negócio. "Para fazer nascer a Toms Shoes, tive de passar muito tempo estudando planilhas de custos e simulando preços", diz Mycoskie. "Só assim eu fiquei seguro de que minha ideia, além de ter um papel social, seria um negócio viável."

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São Paulo - O americano Blake Mycoskie é um daqueles empreendedores que acabam se tornando a personificação de seus negócios. Nos últimos anos, ele tem sido o principal garoto-propaganda da empresa que fundou em 2006, a fabricante de calçados Toms Shoes. A história de sua criação pode parecer roteiro de filme.

Numa viagem à Argentina, onde passou algumas semanas aprendendo a jogar polo, Mycoskie ficou comovido ao perceber que muitas crianças carentes brincavam descalças nas ruas da periferia porque a família delas não tinha dinheiro sequer para comprar-lhes um par de alpargatas.

Mycoskie resolveu, então, criar uma empresa cujo modelo de negócios era relativamente simples — a cada calçado vendido, outro seria doado a alguma criança carente ao redor do mundo.

Em seu recente lançamento, o livro Start Something That Matters ("Comece algo relevante", numa tradução livre), Mycoskie conta a expe­riência que acumulou ao criar a Toms Shoes e, sobretudo, extrai do empreende­dorismo social ensinamentos para quem está disposto a criar um novo negócio em qualquer área.

Mycoskie tem autoridade suficiente para aconselhar jovens empreendedores. Ele mesmo é um representante do que se pode chamar de empreendedor em série. Antes dos 35 anos, já  havia criado quatro empresas diferentes, entre elas uma lavanderia para jovens universitários e um canal de TV especializado em reality shows.

"Nem todas as minhas iniciativas deram certo", disse Mycoskie numa entrevista para a revista Time. "Mas acredito que tudo o que fiz serviu de preparação para erguer a Toms Shoes."

Depois de algumas experiências malsucedidas, Mycoskie considera que um dos grandes desafios a ser perseguidos todos os dias por um empreendedor é cortar excessos nos custos da empresa. O exercício é mais ou menos parecido com o praticado por consultores especializados em eliminar as gorduras que, com o passar do tempo, se acumulam nas companhias, drenando recursos importantes.


Uma vez estabelecida a frugalidade como valor supremo, diz My­cos­kie, fica mais difícil um empreendedor se ver em apuros financeiros. “O ideal é que ele se concentre no mínimo necessário para fazer a empresa funcionar”, afirma.

A trajetória como empreendedor ajudou Mycoskie a perceber, também, que um modelo de negócios simples e claro pode ajudar na conquista de fornecedores e clientes. O caso da Toms Shoes é bem ilustrativo. Sua missão de contemplar uma criança pobre a cada vez que um par de sapatos novos é vendido pode ser compreendida facilmente por qualquer cliente. ]

Para Mycoskie, o modelo sem muitos intermediários é visto com bons olhos pelos consumidores, que acreditam praticar uma boa ação ao comprar os sapatos da marca — no livro, Mycoskie deixa claro que seu objetivo não é manter uma instituição de caridade, mas ter o que ele chama de uma empresa social com fins lucrativos.

"As pessoas não estão pagando apenas por um par de sapatos", diz Mycoskie. "Elas sentem que realmente estão fazendo algo para mudar o mundo."

Essa forma clara e direta de se relacionar com os consumidores propicia o surgimento de um verdadeiro grupo de fãs, que passam a espalhar a ideia entre seus amigos e conhecidos.

Parece estar dando certo. Em seus primeiros cinco anos, a Tom Shoes distribuiu mais de 1 milhão de calçados para crianças carentes mundo afora e está se preparando para replicar a ideia com óculos e livros.

No livro, assim como em suas palestras e apresentações para divulgar a Toms Shoes, Mycoskie sempre repete que uma boa dose de risco também é inevitável para quem quer empreender.

"No começo da empresa, pouca gente, além de meu sócio, acreditava que o negócio de vender um par de sapatos e doar outro sobreviveria por muito tempo", diz. Segundo Mycoskie, muitas pessoas ficam simplesmente paralisadas com medo das críticas, do fracasso ou de perder dinheiro.

Em vez disso, deveriam estabelecer um plano sério para fazer suas ideias virarem um negócio. "Para fazer nascer a Toms Shoes, tive de passar muito tempo estudando planilhas de custos e simulando preços", diz Mycoskie. "Só assim eu fiquei seguro de que minha ideia, além de ter um papel social, seria um negócio viável."

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