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Administração por celular

Como a troca de torpedos entre funcionários pode melhorar processos e aumentar a agilidade numa pequena ou média empresa

Ricardo Abreu, da Abreu Brokers (Luis Moraes)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2011 às 11h48.

Todo empreendedor empenhado em exterminar os focos de ineficiência que surgem no negócio durante seu crescimento sabe que um dos ralos por onde escoa boa parte das energias está na troca de informações entre os funcionários. São e-mails importantes que não foram lidos porque se perderam em meio a dezenas de outras mensagens, recados na secretária eletrônica ouvidos tarde demais, telefonemas em que uma mesma informação é repetida para várias pessoas... Algumas pequenas e médias empresas vêm empregando, com muito sucesso, uma tecnologia bastante simples para lidar com o problema — os torpedos de celular. Para centralizar o processo, elas costumam contratar sistemas que permitem disparar automaticamente SMS para números cadastrados. Esses programas custam, em média, 500 reais por mês. Veja como os torpedos estão ajudando pequenas e médias empresas a...

...aumentar imediatamente a venda de um produto

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O envio de SMS está se tornando cada vez mais comum nas pequenas e médias empresas que vêm aprimorando seus departamentos comerciais. "O SMS é uma forma de comunicação simples e direta, ideal para a dinâmica das equipes de venda", diz Victor Knewitz, da Human Mobile, que fornece sistemas de disparo de torpedos. Uma das empresas que estão usando as mensagens instantâneas para vender mais é a distribuidora paulistana de autopeças Montecarlo. Até dois anos atrás, seus mais de 70 representantes comerciais espalhados pelo país eram avisados por e-mail de promoções e permissões para descontos especiais. Como a maior parte não possui aparelhos de celular habilitados para internet, os comunicados só eram lidos quando os representantes usavam um computador — geralmente uma vez por dia. "Telefonar também não era uma opção", diz o supervisor comercial André Luís Deodato. "Avisar um por um seria mais improdutivo ainda." Deodato contratou um sistema de disparo de SMS que envia uma mesma mensagem a todos ao mesmo tempo. Muitas vezes, acontece de o revendedor ficar sabendo que uma determinada peça entrou em promoção enquanto ainda está no cliente. "Os pedidos de encomenda chegam segundos após disparar os torpedos", diz Deodato. "O novo sistema deu resultado imediato."

...resolver um problema técnico antes que fique pior

A carioca Sotreq revende e faz a manutenção de equipamentos pesados, de fabricantes como Caterpillar e Hyster, para empresas de setores como construção civil e mineração. Algumas dessas máquinas são controladas remotamente por computadores, como as usadas em campos de mineração — e elas podem parar de funcionar se houver algum tipo de pane nos servidores da Sotreq. Para evitar esse aborrecimento para os clientes, há três anos a empresa passou a utilizar um software que dispara alertas automáticos aos funcionários responsáveis pelos computadores assim que surge um perigo, como o risco de sobrecarga. "Assim, podemos resolver o problema rapidamente, antes que haja consequências", diz Luyper Silveira, responsável pelo departamento de suporte da Sotreq. "Antigamente, só sabíamos que tinha acontecido algo errado nos servidores depois que a máquina do cliente parava." A mesma lógica também funciona em empresas que usam os torpedos como vigilantes de suas lojas virtuais — onde qualquer minuto fora do ar pode significar vendas a menos. "Se a loja sair do ar ou uma página estiver com problemas de acesso, os
celulares dos responsáveis recebem um aviso", diz Knewitz, da Human Mobile.

...envolver todos no cumprimento de metas

Até o início deste ano, o empreendedor Ricardo Abreu, dono da imobiliária Abreu Brokers, de Natal, no Rio Grande do Norte andava insatisfeito com a comunicação entre a empresa e os cerca de 600 corretores que trabalham para ela. Sempre que é preciso vender apartamentos de um lançamento especial ou algum outro imóvel estratégico para as metas de crescimento da empresa, Abreu convoca os corretores para eventos em que os empreendimentos são apresentados ao mercado ou reuniões em que fornece argumentos importantes para facilitar a venda. "Mandávamos convites e lembretes por e-mail, mas aparecia pouca gente", diz Abreu. Os ausentes diziam que não tinham recebido o aviso ou que o e-mail só tinha sido lido quando a data do encontro já tinha passado. Há poucos meses, Abreu passou a fazer os chamados por meio de uma ferramenta que envia torpedos para uma determinada base. Os cadastros são feitos por grupos — há os corretores que trabalham com imóveis prontos, os que vendem apartamentos ainda na planta, os especializados em casas populares, os que atuam numa determinada região e assim por diante. "A mensagem vai apenas a quem interessa", diz Abreu. "Agora, a presença nas reuniões aumentou 50%."

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