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Volkswagen colaborou com ditadura brasileira, diz imprensa alemã

A imprensa alemã detalha que há quase dois anos foi aberta em São Paulo uma investigação sobre a Volkswagen do Brasil

Volkswagen (Damir Sagol/Reuters)
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EFE

Publicado em 23 de julho de 2017 às 16h11.

Última atualização em 24 de julho de 2017 às 09h48.

Berlim - A filial brasileira da Volkswagen supostamente colaborou ativamente com a ditadura no Brasil na perseguição de opositores políticos, segundo informaram neste domingo o jornal "Süddeutsche Zeitung" e as emissoras "NDR" e "SWR".

A imprensa alemã detalha que há quase dois anos foi aberta em São Paulo uma investigação sobre a Volkswagen do Brasil para determinar a responsabilidade da empresa na violação dos direitos humanos durante a ditadura de 1964 a 1985.

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Em 2016, a empresa nomeou para uma investigação sobre seu passado o historiador Christopher Kopper, que confirmou a existência de "uma colaboração regular" entre o departamento de segurança da filial e a polícia política do regime.

"O departamento de segurança atuou como um braço da polícia política dentro da fábrica da VW", apontou Kooper, pesquisador da Universidade de Bielefeld.

"Permitiu as detenções" e pode ser que ao compartilhar informação com a polícia "contribuísse para elas", acrescentou o historiador.

Segundo os meios citados, a filial brasileira espionou seus trabalhadores e suas ideias políticas, e os dados acabaram em "listas negras" em mãos da polícia política. Os afetados lembram como foram torturados durante meses, após terem se unido a grupos opositores.

Conforme estabeleceu Comissão Nacional da Verdade, que examinou as violações dos direitos humanos cometidas pela ditadura brasileira, muitas empresas privadas, nacionais e estrangeiras, deram apoio tanto financeiro como operacional ao regime militar.

No caso da Volkswagen, a comissão constatou que alguns galpões que a empresa tinha em uma fábrica de São Bernardo do Campo (SP) foram cedidos aos militares, que os usaram como centros de detenção e tortura.

Além disso, a comissão sustentou que encontrou provas que a empresa alemã doou ao regime militar cerca de 200 veículos, que depois foram usados pelos serviços de repressão.

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