Venda de carros importados cai; VW anuncia férias coletivas

Em um mercado que já contabilizou milhares por mês, a Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automores) divulgou nesta quinta-feira (12/6) que a venda de carros importados no Brasil caiu 10,96% em maio _de 291 em abril para 260 unidades no mês de abril. A Abeiva reúne os importadores das marcas BMW, Jaguar, Kia Motors, Porshe, Ssangyong, Maserati e Ferrari. A Suzuki deixou o país recentemente.

A alta do dólar levou ao esvaziamento da entidade, que ficou com apenas 0,39% do mercado de janeiro a maio, contra 0,59% no ano passado. O presidente da entidade, André Müller Carioba, declarou que maio foi um mês atípico. "Os importadores reduziram drasticamente seus pedidos no final do ano passado e no início de 2003, o que provocou falta de vários produtos de nossos associados. Tanto que no varejo, os importadores tiveram um bom desempenho."

O segmento de carros importados, na verdade, reflete a crise de todo o setor automotivo. Nesta quarta, a Volkswagen anunciou férias coletivas para 10% de seus funcionários. As férias coletivas na VW serão na unidade de São Bernardo do Campo (Grande SP), que tem 15 mil funcionários, entre os dias 30 de junho e 20 de julho. A fábrica em São Bernardo fabrica os modelos Gol, Saveiro, Kombi, Santana, Polo e Polo Sedan. A medida de férias coletivas também já foi adotada neste ano pela General Motors, Fiat, Renault, Audi, Peugeot e Ford, que registrou uma queda de 13% nas vendas.

A partir de 30 de junho, os 2.500 funcionários da fábrica da Volkswagen e da Audi, em São José dos do Pinhais (PR) entram em férias (que duram 10 dias). Já os 2.800 metalúrgicos da Renault devem parar a produção na planta paranaense de 14 a 23 de julho. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (PR), é costume da montadora francesa dar férias no mês de julho. Já no caso da Volks, a empresa declarou que a paralisação é necessária para preparar a linha de produção do Tupi, que deve chegar ao mercado em setembro.

As coletivas da GM irão de 23 de junho a 2 de julho e foram programadas também devido à queda nas vendas nos últimos meses. Em fevereiro, a empresa deu quatro dias de folga a mais aos metalúrgicos. As coletivas do grupo Peugeot-Citroen, no Rio de Janeiro, serão de 35 dias não-consecutivos até o fim do ano. O grupo assinou um acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda e do Sul Fluminense (RJ), que prevê uma série de paralisações e desconto parcial dos dias não trabalhados. A iniciativa foi aprovada pelos trabalhadores, já que evita a demissão dos funcionários. A empresa estimava a produção de 65,1 mil veículos este ano, mas reviu para baixo os seus números e fechou a projeção em 53 mil unidades.

Mesmo sem vender, a GM decidiu reajustar seus modelos em 1,3%. As outras montadoras (Volkswagen, Fiat e Ford) seguiram seus passos e anunciaram reajustes entre 1% e 1,5% também neste mês.