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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
Para 2007, a companhia programou investimentos de 6,3 bilhões de dólares, o que inclui 1,698 bilhão de dólares destinados para manter as operações já existentes. Do total de recursos, 72% serão destinados ao Brasil, enquanto os outros 28% irão para os projetos da companhia na África, no Canadá, na Indonésia e na Nova Caledônia.
Dizendo-se otimista com a situação do mercado, Agnelli declarou que a Vale pretende expandir em cerca de 30% a capacidade de produção de minério de ferro da mina de Carajás, no Pará: "Estamos preparando a mina para produzir 130 milhões de toneladas, o que vai representar um aumento de 30 milhões de toneladas sobre a produção atual". O presidente da empresa disse não temer a concorrência mundial, nem mesmo uma possível intenção dos chineses, grandes compradores de commodities, de buscarem a auto-suficiência em minérios. "Nossa escala é muito grande, temos essa vantagem. O custo por tonelada de uma mina da Vale do Rio Doce é muito mais baixo do que o daquelas que estão partindo do zero", disse, negando, ainda, prever algum sinal de enfraquecimento nos mercados em que a Vale atua.
Energia
O que preocupará a Vale nesse ano será a energia, de acordo com o presidente. Depois de realizar testes por mais de dois anos com o biodiesel, a companhia declarou que assinará contrato com a Petrobras para usar o combustível alternativo em locomotivas e caminhões.
Além disso, a empresa está estudando a implantação de usinas térmicas, movidas a carvão. "Estamos, sim, conversando com o governo para ver se existe a possibilidade de acelerar a implantação de térmicas no Brasil totalmente limpas, como as que estão sendo implantadas em outros países do mundo", disse Agnelli. Segundo o presidente, a instalação das usinas levaria, pelo menos, três anos.
CSN
Sobre a polêmica que envolve a possível compra da siderúrgica anglo-holandesa Corus pela CSN, Agnelli afirmou que a Vale quer apenas o cumprimento do acordo com a brasileira. Por um contrato firmado pelas duas empresas, a Vale tem direito de preferência para adquirir produção extra da CSN, e o negócio com a Corus poderia afetar a parceria, dependendo de suas condições.
"Eu torço para que a CSN tenha sucesso. Eles têm um contrato com a Vale, e nós vamos sempre obedecer o contrato. Se ele diz que empresas controladas pela CSN têm o direito de levar o minério de ferro, elas têm preferência. Mas se a empresa não for controlada pela CSN, ela não tem preferência", disse Agnelli.
PAC
"De modo geral, acho que aquilo que é prioritário foi atendido, seja mais ou menos, muito ou pouco. A direção está correta, a gente tem que aplaudir a iniciativa de pelo menos dar um rumo de forma clara", afirmou o executivo, para acrescentar: " Se o governo fizer bem as questões de saúde, educação, segurança e regulamentação de agências, já é extraordinariamente positivo. O resto é a iniciativa privada que tem de fazer".