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Vale confirma interesse na compra da Xstrata

Negócio foi antecipado por EXAME na última sexta; empresa avalia também outras aquisições

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A Vale confirmou hoje pela primeira vez que "tem mantido entendimentos" para a compra da mineradora anglo-suíça Xstrata. Conforme antecipou EXAME na última sexta-feira, a Vale já negocia com grandes bancos internacionais um empréstimos para pagar a aquisição. A proposta da Vale poderia chegar a 90 bilhões de dólares, mas parte desse valor seria pago com a emissão de ações preferenciais (sem direito a voto) pela empresa brasileira.

Em nota, a Vale informa que ainda não há um acordo concreto com a Xstrata e que também analisa outras opções de aquisição no setor de mineração. "Nesse sentido, a Vale também tem discutido com instituições financeiras formas de apoio na eventualidade de se concretizar alguma das opções que estão sendo avaliadas", diz a empresa.

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A Vale também mostrou preocupação com as atuais condições de mercado. A Bovespa acumula baixa de mais de 10% neste ano e abriu em desvalorização de 6% nesta segunda-feira. "A Vale tem presente que as condições correntes do mercado internacional de capitais representam um grande desafio no contexto de qualquer movimento estratégico de porte e, portanto, manterá a postura de prudência que tem caracterizado sua gestão ao longo dos anos."

Para comprar a Xstrata, a Vale precisa convencer os acionistas da mineradora anglo-suíça a aceitar ações preferenciais como forma de pagamento. Se aceitarem, os acionistas da Xstrata provavelmente não terão direito a voto no conselho da Vale. Ações preferenciais são muito menos comuns no exterior e não são vistas com bons olhos por investidores estrangeiros.

Por outro lado, a Vale não pode emitir ações ordinárias (com direito a voto) para entregá-las aos acionistas da Xstrata sem o risco de que seus atuais controladores - Bradespar, Mitsui, BNDES e Previ - percam essa posição privilegiada dentro da empresa. A Valepar, holding que controla a Vale, tem 52% do capital votante. A diluição dessa participação poderia reduzir esse percentual para menos de 50%.

A opção de fazer o pagamento todo em dinheiro também parece improvável. Se a Vale captar mais do que 50 bilhões de dólares junto a bancos estrangeiros, deve ficar excessivamente endividada e perder seu grau de investimento concedido pelas principais agências de avaliação de risco mundiais.

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