Unilever vai demitir 20.000 funcionários
Medida faz parte da reestruturação do grupo e não deve atingir o Brasil
Da Redação
Publicado em 12 de outubro de 2010 às 19h21.
A Unilever anunciou, nesta quinta-feira (2/8), que vai demitir 20.000 funcionários nos próximos quatro anos - o equivalente a 11% de sua atual força de trabalho. De acordo com a agência britânica de notícias BBC, os cortes se concentrarão na Europa e devem contribuir para racionalizar as operações e cortar custos de produção no continente.
A medida não deve atingir os brasileiros. Por meio de sua assessoria de imprensa, a companhia afirmou que "algumas mudanças sinalizadas para a Unilever no mundo não se aplicam ao país". Atualmente, a companhia mantém 12 fábricas nos estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Pernambuco, e emprega 12.500 pessoas no país.
Dona de marcas mundialmente fortes, como a maionese Hellmann';s e o chá gelado Lipton, a companhia implementa, desde 2004, uma série de medidas para se reorganizar. Quando o programa começou, há três anos, o total de funcionários era de 223.000. Hoje, está ao redor de 179.000. A redução vem ocorrendo por meio da venda de marcas menos rentáveis ou estratégicas, e alterações no processo produtivo. Um exemplo brasileiro é a venda das marcas de margarina Doriana, Delicata e Claybom à Perdigão, em junho. O negócio de 77 milhões de reais foi antecipado por EXAME.
Agora, a companhia pretende fechar 50 das 300 fábricas que possui, além de reduzir o número de escritórios regionais de 100 para 25. No total, a Unilever espera economizar 1,5 bilhão de euros por ano com as medidas, a partir de 2010. "A maior parte da reestruturação acontecerá na Europa, onde os custos estruturais são mais altos e a cadeia de fornecimento oferece grandes oportunidades de remodelação", afirmou o presidente do conselho de administração da Unilever, Patrick Cescau.
A empresa também deve vender sua divisão de produtos para lavanderia nos Estados Unidos. A unidade é responsável por vendas aproximadas de 2,74 bilhões de dólares. O motivo é o fraco crescimento da unidade, frente aos outros negócios do grupo.
Hoje, a companhia também anunciou os resultados do segundo trimestre. As vendas cresceram 5,8%, acima das expectativas do mercado. Diante do desempenho, a Unilever agora espera que o resultado fechado de 2007 fique no topo da previsão, que indica uma alta entre 3% e 5%.