A Toyota Motor Corporation tornou-se a primeira empresa japonesa a obter lucro líquido superior a um trilhão de ienes. No exercício fiscal encerrado em março, a companhia lucrou 1,16 trilhão (cerca de 10 bilhões de dólares, segundo o britânico Financial Times), um avanço de 55% sobre os 750,9 bilhões de ienes do exercício anterior. Somente no período de janeiro a março, o lucro líquido foi de 351,2 bilhões de ienes.

Conforme o americano The Wall Street Journal, parte do resultado fechado do ano (107 bilhões de ienes) decorre da transferênia da gestão de parte do fundo de pensão de seus funcionários para o governo japonês. Com isso, a Toyota desobriga-se do pagamento destes benefícios no futuro. Os ganhos com a medida foram contabilizados no último trimestre, quando a transação foi concluída. A empresa também economizou 230 bilhões por meio da redução de custos gerais.

O aumento das vendas de veículos também colaborou para o desempenho. A companhia negociou 6,72 milhões de unidades no mundo todo, com incrementos na Europa, Ásia e América do Norte. A empresa não mencionou dados específicos sobre o Brasil. A assessoria de imprensa da filial brasileira também não havia recebido, até a tarde de hoje, comunicado oficial com os resultados mundiais.

Embora as vendas tenham crescido de 1,98 milhão de unidades para 2,1 milhões na América do Norte, as receitas da região declinaram 1,5%, para 6,22 trilhões de ienes, pois a montadora viu-se obrigada a conceder descontos aos compradores, a fim de se manter competitiva no mercado.

A Toyota também elevou os lucros provenientes de sua área financeira, que concede financiamentos para a compra de automóveis e opera no mercado de derivativos para se proteger de eventuais movimentos bruscos nas taxas de juros. No exercício encerrado em março, as receitas geradas pela área atingiram 716,7 bilhões de ienes, ante os 707,5 bilhões do período de referência.

Segundo o britânico Financial Times, o desempenho da Toyota ainda não foi suficiente para alterar o quadro do setor automotivo. A companhia japonesa permanece na segunda posição entre as grandes montadoras do mundo, atrás da General Motors (GM). Em 2003, informa o jornal, a GM vendeu cerca de 8,6 milhões de veículos, mas seu lucro líquido foi menor: 3,8 bilhões de dólares naquele ano.