A americana MCI fechou negócio com a mexicana Telmex e vendeu o controle da Embratel por 360 milhões de dólares. O negócio foi confirmado nesta segunda-feira (15/3) pelas companhias e será executado em dinheiro. A maior empresa de telefonia do México, que no Brasil é a dona da empresa de celular Claro, comprou 51,8% das ações com direito a voto da Embratel Participações S.A., a holding que controla 98% da operadora brasileira de telefonia e transmissão de dados.

O valor do negócio foi considerado baixo pelos analistas de mercado - que esperavam algo entre 500 milhões e 1 bilhão de dólares. Pelo menos mais dois grupos entregaram uma oferta de compra à MCI: o Telos, fundo de pensão dos funcionários da própria Embratel, e um consórcio formado pelas três operadoras locais (Brasil Telecom, Telefônica e Telemar) e pela Geodex, este último o maior rival dos mexicanos na disputa.

De acordo com um executivo ligado a uma das operadoras, a oferta final do consórcio foi de 550 milhões de dólares em dinheiro e o grupo ir recorrer à Justiça americana e ao comitê de credores da MCI contra a venda para a Telmex. A Associação Nacional dos Acionistas Minoritários (Animec) também promete ir à Justiça e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por lesão ao sócios minoritários. "O negócio pode gerar uma perda direta aos acionistas detentores de ações ordinárias de até cinco reais por ação", diz o comunicado da associação.

A Embratel estava à venda desde novembro do ano passado e tal negócio faz parte do plano de reestruturação de sua controladora, que vende ativos para tentar sair do processo de concordata nos Estados Unidos. A MCI pagou 2,3 bilhões de dólares, em 1998, pela fatia que acaba de vender por 360 milhões.