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Suzano vai anunciar fábrica de celulose de US$ 2 bilhões

Presidente da empresa promete escolher em breve o local da unidade, que aumentará capacidade de produção de celulose em 72%

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A Suzano Papel e Celulose está muito perto de anunciar a construção de uma nova fábrica no Brasil. A nova unidade de produção consumiria investimentos de 2 bilhões de dólares e teria capacidade inicial para produzir 1,3 milhões de toneladas de celulose por ano, que seriam destinadas ao mercado externo.

Durante a cerimônia de premiação da 35ª edição de MELHORES E MAIORES, o presidente da Suzano Papel e Celulose, Antonio Maciel Neto, afirmou que, ao contrário do que vem sendo especulado, o principal plano da empresa não é crescer com aquisições. Desde que encerrou-se o acordo de acionistas da Aracruz, em maio, o mercado especula que a empresa será comprada pela VCP ou pela Suzano, criando um líder mundial absoluto no mercado de celulose. As duas empresas, inclusive, já contrataram bancos de investimento para assessorá-las no negócio. Ao vender seus ativos de petroquímica para a Petrobras por quase 3 bilhões de reais, a família Feffer, controladora da Suzano, teria o caixa necessário para partir para aquisições. Mas Maciel Neto desconversa. "Não temos nada para falar sobre crescimento com fusões", afirmou.

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O executivo disse que o grande programa da empresa se dará por meio de crescimento orgânico. O local da fábrica de 2 bilhões de dólares ainda não foi definido. A empresa estuda opções onde já haja árvores plantadas, o que permitiria o início mais rápido das operações da fábrica. Outra possibilidade seria criar novas florestas de eucalipto em locais próximos à fábrica. O objetivo é evitar que a madeira - matéria-prima da celulose - tenha de ser transportada por via rodoviária por mais de 100 km ou por via ferroviária por mais de 200 km - o que elevaria os custos de produção.

Com o novo investimento, a capacidade de produção de celulose da Suzano teria um crescimento de 72%. "Entre 2004 e 2008, nossa empresa cresceu 120%. Com a nova fábrica, vamos em busca de um novo salto de crescimento", afirmou Maciel Neto.

Câmbio pesa

As empresas brasileiras de celulose têm sido beneficiadas pela alta dos preços da commodity no mercado internacional. Com o crescimento da demanda mundial e a baixa capacidade de elevação da oferta, o valor da tonelada de celulose sofreu diversos reajustes nos últimos anos - e a tendência é de que os preços se mantenham altos nos próximos meses.

Por outro lado, as empresas de celulose brasileiras têm um perfil exportador - e suas receitas são prejudicadas pela desvalorização do dólar. "Estamos sofrendo muito com o câmbio. Aumentamos um pouco os preços e fizemos um esforço monumental de produtividade, mas haja produtividade para agüentar esse câmbio", afirmou Maciel. Considerando a disposição da empresa para investir, a competitividade do Brasil nesse setor parece ainda não ter sido abalada pelo dólar.

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