Starbucks: a tentativa Race Together visa aumentar a conscientização sobre desigualdade e racismo nos EUA (Divulgação/Starbucks)
Karin Salomão
Publicado em 17 de março de 2015 às 15h57.
Sâo Paulo - Mais do que café, os baristas da Starbucks irão entregar discussões sobre raças, minorias e diversidade.
A empresa lançou a campanha #RaceTogether esta semana, para incentivar a discussão entre funcionários e consumidores a partir da hashtag escrita nos copos.
A tentativa visa aumentar a conscientização sobre desigualdade e racismo nos Estados Unidos. Outros objetivos da campanha serão anunciados na quarta-feira, em reunião com os acionistas.
São cerca de 200 mil funcionários em 4.700 lojas nos Estados Unidos e aproximadamente 40% deles faz parte de minorias raciais.
Além da ação nos copos de café, a empresa também publicou um anúncio de página inteira com a frase “Shall We Overcome?” (“Iremos Superar?”, em português) no New York Times e em outros jornais.
A partir de sexta-feira e por uma semana, o jornal USA Today irá trazer diversas informações e perspectivas diferentes sobre o assunto.
A hashtag já tinha 638 menções no Instagram até o fechamento desta matéria, a maior parte delas positivas e apoiando a iniciativa.
Alguns, no entanto, apontaram que as imagens de divulgação da campanha apenas mostram mãos brancas, o que seria um ponto contra.
A iniciativa, segundo a Starbucks, partiu dos próprios funcionários – chamados de “parceiros” na empresa.
O presidente Howard Schultz se reuniu com eles na sede em Seatle e em outros cinco fóruns pelo país nos últimos três meses. Mais de 2 mil pessoas participaram e muitos apresentaram histórias pessoais de discriminação.
O presidente diz que “nós, na Starbucks, deveríamos conversar sobre esses assuntos no país (....) não porque temos respostas, mas porque permanecer em silêncio não é como somos” http://news.starbucks.com/news/what-race-together-means-for-starbucks-partners-and-customers .
As discussões se acirraram depois que o garoto Michael Brown foi morto por policiais em Fergusson.
Essa não é a primeira vez que Schultz traz assuntos polêmicos à tona. Ele já abriu discussões sobre casamentos entre pessoas do mesmo sexo e desarmamento no passado.
Em 2013, ele escreveu uma carta pedindo aos consumidores que deixassem suas armas de fogo em casa.
A empresa lançou um fundo para ajudar na criação de empregos, suportado pela venda de braceletes. Também afirmou que contratou 10 mil veteranos de guerra e esposas de militares nos últimos cinco anos.