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Star Alliance desiste da Varig mas ainda quer parceiros na América Latina

Após a saída da velha Varig, o consórcio deixa de ter membros no Brasil, onde a aviação exibe uma das maiores taxas de crescimento do mundo

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

Para a Star Alliance, consórcio internacional de empresas aéreas, descredenciar a velha Varig não significa abrir mão do mercado brasileiro - um dos que mais crescem no mundo, com taxa próxima de 20% ao ano. O grupo, composto por 14 companhias, continua buscando um parceiro no país. Entre os candidatos, está a nova Varig, mas nada garante que ela seja a escolhida. "A América Latina, principalmente o Brasil, é um mercado em crescimento e queremos, com certeza, ter uma parceria na região", afirmou um assessor do consórcio internacional ao Portal EXAME.

A Star Alliance confirmou que estuda eventuais associações com outras companhias brasileiras, mas não quis citar nomes. O consórcio também não mostra preocupação com a saída da Varig da aliança, a partir de 31 de janeiro de 2007. Na prática, das 14 empresas que compõem o grupo, apenas duas ainda emitiam bilhetes para a Varig, dentro de seu programa de milhagem. Um comunicado divulgado na quinta-feira (21/12) pelo pool diz que eles ainda possuem a maior presença na região, já que a TAP Portugal, a Air Canada e a United dão uma boa cobertura à América Latina.

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Segundo a assessoria de imprensa do escritório central da Star Alliance na Alemanha, a nova Varig pode se inscrever na aliança como qualquer outra companhia aérea, porém seu pedido não terá preferência pelo fato de a velha Varig ter sido membro. Uma nova inscrição deve primeiro obter a aprovação de todas as empresas do grupo, para depois entrar em processo de análise, o que dura, em média, 18 meses.

Para o advogado Thomas Felsberg, que representou um grupo de credores no processo de recuperação judicial e chegou a ser cotado para dirigir a Varig, no momento nenhuma companhia brasileira ainda conseguiu ocupar o vácuo deixado pela empresa no mercado de vôos internacionais. "A TAM está crescendo bastante nessa área, mas se a Varig conseguir reocupar o espaço, deve ter preferência pela sua experiência", diz Felsberg. "Na economia, um vácuo em algum mercado nunca permanece por muito tempo. Dentro de poucos meses, teremos uma definição maior", afirma.

O consórcio internacional reforça ainda, que a decisão de cancelar o contrato com a aérea brasileira é puramente técnica. "A velha Varig deixou de ser uma companhia aérea com o surgimento da nova empresa, portanto, deixa de atender aos padrões da Star", diz o assessor.

A saída da Star Alliance é mais um complicador no processo de reestruturação da Varig. As rotas internacionais são, atualmente, o maior patrimônio da empresa, que viu sua participação no mercado nacional cair de 26% para 11% - volume de passageiros transportados de janeiro a novembro de 2005 e 2006, respectivamente. Já nas rotas internacionais, a empresa ainda demonstra uma certa força entre as companhias brasileiras. Nos 11 primeiros meses do ano, a companhia respondeu por 53% dos passageiros transportados, ante 77% em 2005. A Star Alliance possui 1.600 rotas diárias para 841 destinos, em 157 países.

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