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O McDonald's não tem culpa

Foram os lanchinhos que causaram aumento de obesidade nos EUA, diz estudo de Harvard

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Um estudo da Universidade Harvard inocenta o McDonald's pelo aumento da obesidade nos Estados Unidos. A culpa, segundo os três economistas que assinam o documento, é dos salgadinhos e lanches no intervalo das refeições.

As razões usualmente apontadas para o aumento de obesidade, tanto nos Estados Unidos como no mundo, costumam ser:

  • o aumento das porções de comida nos restaurantes;

  • a falta de exercícios;

  • o maior número de mulheres no mercado de trabalho, que faz com que mais gente coma fora de casa;

  • a falta de tempo e o estresse moderno.

Mas, segundo David M. Cutler, Edward L. Glaeser e Jesse M. Shapiro, as estatísticas apontam para outro lado.

Os autores afirmam que o total de calorias dispendidas pelos americanos não variou muito desde 1980, mas a quantidade ingerida subiu. Eles notam que, de acordo com pesquisas da saúde pública, não houve um aumento de ingestão de calorias em cada refeição, mas sim um aumento no número de refeições. Eles explicam, também, que bastaria um desequilíbrio de 100 ou 150 calorias por dia para culminar nos cinco ou seis quilos de aumento de massa média da população. Essa quantidade de calorias equivale a um refrigerante, ou a três biscoitinhos recheados. Para gastá-la, seria necessário caminhar 2,5 quilômetros.

"O aumento na ingestão de calorias é devido à maior freqüência das refeições, não à maior quantidade em cada refeição", diz o estudo. "Enquanto apenas 28% das pessoas dizia fazer dois ou três lanchinhos por dia em 1977 e 1978, 46% disseram fazer isso nos anos de 1994 a 1996."

Essa descoberta elimina duas explicações comuns para o aumento da obesidade. A primeira, de que ela seja resultado do aumento das porções nos restaurantes. A segunda, de que as culpadas são as refeições gordurosas das lanchonetes fast food. "O consumo de fast food certamente aumentou, de cerca de 60 calorias para mais de 200 por dia", dizem os autores. "Mas esse aumento se deu principalmente nas refeições formais, e foi compensado pela diminuição no consumo doméstico."

Os economistas também analisaram o gasto de energia. Segundo eles, o aumento de horas em frente à TV foi compensado pela diminuição em outras atividades passivas, como dormir, e por um aumento nas categorias ativas, como esportes ou caminhada. Portanto, não é uma diminuição no gasto de energia que explica o aumento na obesidade. Isso ocorreu até a década de 80, quando os empregos físicos diminuíram em relação aos intelectuais. Mas, de 1980 para cá, houve pouca mudança nesse quadro.

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