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Como financiar o crescimento do negócio

Conheça as diferenças entre fazer dívida e vender participação na empresa

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Existem diversas formas pelas quais as empresas podem se financiar. Algumas dessas fontes são internas, como lucro acumulado, adiantamento de receitas com clientes, benefícios providos por fornecedores, venda de participações acionárias etc. E há as fontes externas. Nesse campo, dividimos as fontes de capital financiado em duas grandes possibilidades: por dívida (assumindo empréstimos bancários) ou por venda de participação acionária a empresas ou investidores profissionais. Tradicionalmente, denominamos essa última opção de empréstimo por equity.

H vantagens e desvantagens em cada tipo de modalidade de financiamento. De maneira geral, a melhor modalidade para os empreendedores é financiar a atividade por meio de fontes internas. Assim, com o crescimento orgânico, a empresa pode alcançar um nível de crescimento sustentado por um modelo de negócios que se mostrou viável por si próprio, sem a ajuda de fontes externas. Os empreendedores que optam por essa modalidade normalmente começam seu negócio injetando capital próprio (acumulado durante anos de trabalho) e ou de seus familiares. Nesse caso, as chances do negócio ter sucesso estão muito baseadas em um planejamento cuidadoso e na experiência gerencial, financeira e setorial que o empreendedor possui.

No entanto, mesmo no estágio start up, de início de um negócio, existe a possibilidade do empreendedor conseguir financiamento por equity de investidores profissionais. Essa modalidade de investimento é mais presente nos Estados Unidos, e corresponde a uma parcela substancial dos investimentos em empresas iniciantes. Os investidores típicos nesse estágio de empresa são chamados de angels (anjos). São normalmente pessoas físicas com dinheiro acumulado para investimento, ou até grupos de empreendedores de sucesso. Como a empresa está em um estágio bem iniciante, tradicionalmente os tipos de aportes financeiros são pequenos, em troca de parcelas substanciais de participação na empresa. Isso justifica, ou "paga", o risco do investidor angel com a participação do negócio. É comum nesses casos o empreendedor estar recebendo um investidor participante na empresa que deverá perdurar a médio e longo prazo. O investidor angel apostará basicamente na sua idéia, modelo de negócios e capacidade gerencial.

À medida que a empresa cresce outras opções de investimento começam a aparecer. Nesse estágio os investidores buscam empresas mais maduras, com algum histórico de faturamento e lucratividade, e que estejam precisando de dinheiro para expansão ou desenvolvimento de novos produtos. No mercado, os típicos investidores nessa modalidade são chamados de venture capital (capital de risco) ou simplesmente de VCs. Esse setor ainda é incipiente no Brasil, mas já comecam a surgir empresas especializadas em venture capital.

Os VCs normalmente investem adquirindo uma parte da estrutura societária da empresa. E, apesar de serem avessos a empresas que estão começando, preferem start ups mais desenvolvidas, mas que ainda sejam start ups, uma vez que estão apostando na habilidade empreendedora dos sócios e no modelo de negócio que pode ser impulsionado com o capital investido. Após o investimento, alguns VCs gostam de participar ativamente no dia-a-dia da empresa e quase todos começam a buscar alternativas e implementar planos para que uma saída do negócio seja viável e de acordo com o retorno planejado. É importante notar que na maioria dos casos o dinheiro investido pelos VCs não lhes pertence. Trata-se de recursos captados por meio de outras fontes de investimento, como por exemplo fundos de pensão e instituições de apoio a inovação e ao empreendedorismo (como Finep e Sebrae).

É importante notar que tanto no caso dos angels como no caso dos VCs, a quantia aportada em geral não é maior que alguns milhões de reais, dependendo da negociação realizada, da confiança no modelo de negócios e do retorno planejado para o investimento.

Empresas que já apresentam um bom histórico podem optar também pelo financiamento por dívida. Nesse campo, os meios mais usuais são os empréstimos bancários, que consistem de dívidas assumidas em bancos e financiadas segundo taxas de juros específicas. Normalmente, após um período de carência o empréstimo é amortizado e se inserem parcelas de pagamento corrigidas.

Se, por um lado, existe a vantagem do empreendedor não entregar uma parte da empresa, como no caso dos financiamentos por equity, por outro lado nem todas as empresas se encaixam nessa modalidade. Os empréstimos costumam ser balizados pela capacidade da empresa gerar caixa e liquidar o financiamento em futuro próximo. Além disso há a necessidade de garantias reais dos empreendedores para que o empréstimo seja liberado.

O quadro abaixo resume as diferentes possibilidades de financiamento disponíveis para os empreendedores de acordo com estágio da empresa.

Por Marco Antonio Gregori, coordenador do Centro de Empreendedorismo e Inovação da Business School São Paulo e coordenador de investimentos da Stratus Investimentos

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