O publicitário paulistano Alexandre Sambra foi dono de uma pizzaria de 1991 a 1995. O problema do negócio era o tempo ocioso: devido ao hábito dos consumidores, só valia a pena abrir à noite. Ele e um sócio decidiram então criar algo inédito em São Paulo: uma empresa de delivery de sanduíches. Abriram a primeira loja GrandVille na Vila Mariana, no final de 1995. No ano seguinte, inauguraram outra unidade no Campo Belo. A idéia parecia boa, mas a gestão era amadora demais. "Eu mesmo fazia compras, atendia o telefone e entregava os sanduíches", diz Sambra.

Tudo mudou com a chegada de um tio de Sambra, alto executivo de um dos maiores conglomerados do país. Em 1997, ele comprou a parte do outro sócio e passou a orientar o sobrinho. Logo depois, a GrandVille abriu uma loja nos Jardins. As boas vendas deram aos sócios confiança para expandir a rede. Hoje eles possuem oito lojas, que fazem mais de 18 000 entregas por mês. Cerca de 70% das vendas ocorrem durante o dia, boa parte para pessoas que almoçam no trabalho. Para aumentar as vendas noturnas, a GrandVille está investindo 30 000 reais numa linha de grelhados, com foco no jantar em residências.

Para cortar os custos com divulgação, Sambra fez uma parceria com a rede Flying Sushi em quatro áreas da cidade: quando uma das empresas fazia uma entrega, levava um cardápio da outra. Essa iniciativa durou um mês e rendeu 200 clientes novos. "Já existe uma rede internacional de fast food interessada em fazer o mesmo acordo conosco", afirma Sambra. A GrandVille tem 68 funcionários e 66 motoqueiros terceirizados. O plano de expansão prevê mais seis pontos-de-venda na capital nos próximos dois anos. A empresa vai entrar também no mercado de refeições coletivas. Graças à amizade do tio de Sambra com o presidente da Accenture, a GrandVille vai investir 120 000 reais num restaurante na sede da consultoria. "Esse negócio vai servir para aprendermos a lidar com o público", diz Sambra. "No futuro, podemos estar presentes em shoppings."