Redução dos juros já se mostrou incorreta, diz presidente do BB
Paulo Caffarelli afirmou a jornalistas que o BB não está sofrendo pressão do governo federal para reduzir as taxas
Reuters
Publicado em 27 de dezembro de 2016 às 11h13.
Última atualização em 27 de dezembro de 2016 às 18h04.
Brasília - O presidente-executivo do Banco do Brasil , Paulo Caffarelli, afirmou nesta terça-feira que o movimento de redução dos juros bancários liderado pelos bancos públicos "já se mostrou que não é correto", acrescentando que o BB não está sofrendo pressão do governo federal para agir nesse sentido.
"Redução dos juros vai ocorrer de forma sustentável, não como foi no passado", disse o executivo em café da manhã com jornalistas. Ele projetou que o processo deverá ocorrer na esteira da queda da taxa básica de juros, a Selic.
Ao ser questionado se os juros do cartão de crédito de fato cairão pela metade após o governo anunciar medida para limitar em até 30 dias o uso do rotativo, Caffarelli afirmou que é o dia a dia que vai mostrar se isso realmente vai ocorrer,mas acrescentou que ele acredita que sim.
Caffarelli também afirmou que o plano do BB de alcançar um índice de capital principal de 9,5 por cento em janeiro de 2019 não conta com a necessidade de venda de ativos ou aporte da União.
Ele ressalvou, contudo, que o BB pode vender negócios que não considera essenciais, como a fatia detida na Neoenergia e na fabricante de silos Kepler Weber.
Segundo Caffarelli, está afastada a chance de o banco se desfazer de ativos que geram receita e tarifas, descartando a venda de participação nas áreas de cartão e de gestão de recursos de terceiros.
Reiterando em diversos momentos que o foco atual do banco é no aumento da rentabilidade em detrimento da participação de mercado, o executivo disse que o BB quer aumentar o spread para ficar em linha com concorrentes privados.
"Nosso spread é cerca de 60 por cento do que é dos nossos concorrentes", disse.
Também presente no encontro, o vice-presidente de gestão financeira e relação com investidores do BB, José Maurício Coelho, afirmou que uma das formas de melhorar o spread é buscando melhores condições de captação.
Sem dar números, Caffarelli também disse que a carteira de crédito da instituição voltará a crescer no ano que vem, após retração neste ano.Ao comentar as perspectivas de crescimento para a economia no próximo ano, o presidente do BB previu que a retomada será mais vagarosa que o inicialmente estimado, sendo que a equipe econômica do banco agora prevê uma expansão de 0,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017.