O lucro líquido da Petrobras aumentou 276% no primeiro trimestre de 2003, em comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com o relatório financeiro divulgado pela companhia nesta terça-feira, o lucro de 2,309 bilhões de dólares foi devido ao aumento de 48,9% da receita operacional líquida e ao efeito acumulado da mudança de prática contábil - que gerou um ganho líquido de imposto de renda de 697 milhões de dólares.

As vendas brutas de serviços e produtos somaram 9,5 bilhões de dólares, um aumento de 28,1% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. A receita operacional líquida foi de 7 bilhões de dólares. De acordo com a Petrobras, tanto o aumento das vendas brutas quanto da receita líquida foram resultado principalmente do aumento do preço dos derivados de petróleo no mercado internacional e, em menor grau, a um aumento no volume de exportações.

Nos primeiros três meses do mês, a produção total de petróleo e gás natural aumentou aproximadamente 5% em relação a 2002. A média foi de 1,89 milhões de barris por dia. Em fevereiro, a companhia registrou recorde de produção mensal de petróleo e gás natural no Brasil, produzindo em média 1,5 milhão de barris por dia - dos quais 82% vindos da Bacia de Campos, no Espírito Santo.

Preço do gás pode cair

O presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, disse há pouco, antes de iniciar sua participação na audiência pública da Comissão de Serviços de Infra-Estrutura do Senado, que a estatal está disposta a fazer um esforço para reduzir o preço do gás de cozinha.

Segundo Dutra, para que a redução aconteça é preciso envolver todos os atores da cadeia produtiva, "mesmo se a Petrobras viesse a reduzir em 30% a sua parcela, isso na composição final significaria uma redução de 10% para o consumidor, já que a parcela da Petrobras em um botijão de R$ 30,00 é de apenas R$ 11,00", disse ele, de acordo com informações da Agência Brasil.

O presidente da Petrobras afirmou ainda que há previsão para construção de cinco plataformas de petróleo no país. Dutra disse que a empresa prevê um crescimento médio anual de 2,8% até 2007, "quando o consumo deverá passar dos 1,75 milhões de barris em 2002 para 2,01 milhões, o que norteia nosso plano de investimento". Nos próximos quatro anos, a empresa deverá investir 34,3 bilhões de dólares e "somente neste ano o investimento será de 7,2 bilhões, dos quais 5,8 bilhões serão oriundos de recursos próprios e financiamentos convencionais".