Reajuste de minério não afetaria muito siderúrgicas brasileiras, diz Link
Jazidas próprias e ameaça de importação de aço restringem margem de manobra das empresas, avalia analista
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.
São Paulo - As siderúrgicas brasileiras não devem sofrer tanto com possíveis aumentos no preço do minério de ferro, segundo o analista Leonardo Alves, da Link Investimentos. Alves observa que algumas empresas possuem jazidas próprias, e outras utilizam matérias-primas alternativas, como sucata, o que atenua a dependência do minério de ferro.
A CSN, por exemplo, é autossuficiente em minério de ferro para produção de aço. A mina de Casa de Pedra, em Congonhas (MG), é responsável pelo suprimento integral de minério de ferro para a Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda (RJ). Parte da produção de minério é comercializada pela CSN nos mercados interno e externo. "A CSN pode ganhar nas duas pontas: se elevar o preço do aço, ou reajustar o do minério", afirma Alves.
A Usiminas também conta com jazidas próprias de minério, o que lhe garante integração quase total. Por isso, sofreria pouco com o aumento de preço. Já a Gerdau e a Votorantim Siderurgia consomem uma grande quantidade de sucata como matéria-prima para a produção, o que reduz a dependência de minério. Assim, o reajuste também teria pouco impacto sobre elas. A mais afetada pela eventual alta do minério, segundo Alves, seria a ArcelorMittal e, em seguida, a CSA.
O aumento no preço do minério também poderia levar a uma elevação no preço do aço. Mas as siderúrgicas brasileiras devem manter os valores para continuarem competitivas em relação ao aço importado, segundo Alves. O analista prevê que, caso o preço do aço aumente no exterior e, conseqüentemente, as siderúrgicas aumentem o preço no Brasil, o governo vá diminuir a taxação ao importado para dificultar o reajuste nacional.