Projeto Olímpico Mangueira - Xerox

São dezenas de quadras esportivas e salas de aula instaladas no meio do Morro da Mangueira, no Rio de Janeiro. O complexo do Projeto Olímpico Mangueira, de 35 mil metros quadrados, não só transformou a paisagem como também a rotina das pessoas que moram ali. O programa oferece a 6 mil crianças e adolescentes atividades esportivas, educativas e culturais. Para praticar uma das sete modalidades esportivas do complexo, eles precisam freqüentar a escola e passar de ano. O próprio projeto oferece do ensino fundamental ao médio. Recentemente, criou-se um curso superior de informática, em parceria com a carioca Universidade da Cidade. Aprendi que há muitas opções na vida , diz Rose da Silva, de 19 anos, que concluiu os estudos no projeto e hoje cursa computação em uma faculdade. Segundo José Monteiro, diretor do Instituto Xerox, que mantém o projeto, 15 anos atrás cerca de 40% das crianças da Mangueira freqüentavam a escola.

Hoje o índice esbarra nos 100%. A taxa de criminalidade juvenil na região também foi reduzida em mais de 50%.

Há uma dezena de programas ligados à Xerox do Brasil dentro da comunidade, a um custo de 540 mil reais por ano. Alguns deles têm um modelo auto-sustentado, como o da preparação de jovens para o mercado de trabalho. São 360 garotos que têm aulas de reforço escolar, apoio psicológico e treinamento para funções de escritório. As empresas que contratam esses jovens repassam um salário mínimo para o projeto.

Outro aspecto importante é o voluntariado, instituído no início do projeto. No final dos anos 80, Monteiro era gerente de vendas da Xerox e trabalhava voluntariamente na Mangueira havia dez anos. Certo dia ele levou a idéia de uma vila olímpica aos diretores da empresa. Hoje cerca de 40 funcionários da Xerox trabalham na comunidade. Outros 900 atuam em projetos diversos, espalhados pelo país. São valores de cidadania que queremos trazer para dentro da companhia , diz Guilherme Bettencourt, presidente da Xerox do Brasil.