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Por que o burnout é o tema de gestão mais quente de 2020

Reportagem de capa de EXAME mostra como o excesso de trabalho é causa de esgotamento entre executivos, funcionários e empreendedores

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Cérebro: profissionais mais propensos ao desenvolvimento de um quadro de burnout são médicos e policiais (Westend61/Getty Images)

Cérebro: profissionais mais propensos ao desenvolvimento de um quadro de burnout são médicos e policiais (Westend61/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2020, 10h20.

Última atualização em 13 de fevereiro de 2020, 12h55.

São Paulo — A inteligência artificial e o apoio de robôs deveriam deixar mais tempo para as pessoas se dedicarem às tarefas analíticas e às habilidades humanas.

A evolução nos hábitos de consumo também deveria nos levar a uma rotina mais saudável e flexível, com mais espaço para o ócio. Por ora, não é o que se vê. Os anos 2020 deverão ser marcados como aqueles que popularizaram o burnout, ou esgotamento pelo trabalho.

Não há um consenso sobre a definição de burnout. Numa tradução livre, o termo quer dizer “queimar até o fim”, estando relacionado a uma estafa física e mental por excesso de trabalho.

Ainda não existem estudos consistentes para registrar o aumento de casos de burnout — até porque a síndrome só passará a existir oficialmente em 2022, quando entrará em vigor a 11a edição da Classificação Internacional de Doenças (CID), que vai agregar o burnout como “problema associado ao emprego ou desemprego”.

Apesar de haver profissões mais propensas ao desenvolvimento de um quadro de burnout — caso dos médicos e policiais —, não existe um perfil profissional específico para isso. Qualquer pessoa economicamente ativa pode ter uma crise. Os sintomas são igualmente diversos: existe uma gama ampla de sensações, que variam de acordo com a pessoa afetada.

O fenômeno é global — e o Brasil, infelizmente, é um dos destaques. No Japão, 70% da população economicamente ativa diz ter tido burnout. Em 2016, quase um quarto das empresas japonesas exigia que os funcionários cumprissem mais de 80 horas extras por mês, de acordo com o governo local.

Em 2019, uma lei limitou as horas extras a 45 por mês. Nesse cenário, a subsidiária japonesa da empresa de tecnologia Microsoft testou, por um mês, o fim de semana de três dias para 2.300 funcionários. A produtividade aumentou 40%. A empresa pretende implementar o programa novamente, ainda sem data definida.

Na China, terceiro país com maior incidência de burnout — atrás do Brasil —, é comum os funcionários do polo tecnológico trabalharem das 9 às 21 horas durante seis dias por semana.

Apesar de o termo já pipocar pelos escritórios, ser tema de palestras e motivo de afastamento do trabalho, só agora as corporações começaram a quebrar o tabu e a lidar com a questão. Uma pesquisa da consultoria de benefícios Mercer Marsh mostrou que projetos de saúde mental são prioridade em 2020: 30% das organizações querem implantar iniciativas e 46% afirmam já ter alguma prática implementada.

A exposição das doenças do trabalho também está atrelada às diferenças geracionais. Nos Estados Unidos, segundo um estudo da consultoria Deloitte, 84% da geração millennial (nascidos entre 1980 e 1995) diz ter experimentado a exaustão no trabalho atual, em comparação com 77% de todos os entrevistados. Quase metade dos millennials diz que deixou um emprego porque se sentiu esgotada.

Consultora de recursos humanos, Sofia Esteves, da Cia de Talentos, acredita que a falta de experiência pode ter impacto nocivo sobre o trabalhador jovem. “O burnout ocorre por um efeito cumulativo, mas também tem relação com a quantidade de pressão que o trabalhador aguenta”, diz. “As gerações mais novas não têm o acúmulo, mas, em geral, toleram menos pressão.”

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A reportagem completa sobre o burnout, e sobre como lidar com este mal do século 21, estão em reportagem de capa da revista EXAME, disponível nas bancas e em versão digital.

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