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Parmalat vende Poços de Caldas quatro meses após comprá-la da Danone

Empresa é negociada por 50 milhões de reais, o mesmo pago à multinacional francesa

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A Laep, controladora da Parmalat do Brasil, anunciou, nesta segunda-feira (01/09), a venda da marca Poços de Caldas ao Laticínios Morrinhos, controlado pela GP Investimentos. O negócio foi fechado por 50 milhões de reais, mesmo valor desembolsado pela Laep há quatro meses, quando comprou a Poços de Caldas da multinacional francesa Danone. O acordo envolve a transferência de todos os ativos da Poços de Caldas à Morrinhos, incluindo os equipamentos da linha de produção de requeijão.

O negócio também abrange a cessão, pela Laep, do uso da marca Paulista no Brasil, Bolívia e Paraguai, para a produção e venda de requeijão por 15 anos. A Laep havia obtido a licença da marca também no final de abril.

O acordo foi anunciado cerca de 15 dias após a Laep afirmar que adotará uma série de medidas para estancar os prejuízos trimestrais. Entre as ações, estão previstos o fechamento de fábricas e a demissão de parte dos funcionários. A empresa pretende economizar 15,8 milhões de reais no segundo semestre. Do total, 5 milhões virão da revisão da estrutura logística da Laep.

No segundo trimestre, a controladora da Parmalat apresentou prejuízo líquido de 73,3 milhões de reais, dez vezes maior que as perdas de 7,2 milhões do mesmo período do ano passado. Durante teleconferência com analistas para falar dos resultados, o presidente da Laep, Marcus Elias, admitiu que errou ao expandir a empresa em um momento desfavorável para o setor de laticínio.

Embora administrada por brasileiros, a Laep está sediada nas Bermudas e opera na Bolsa de Valores de São Paulo por meio de BDRs, certificados de recibos de ações. Por volta das 11h10 desta segunda, os papéis da empresa (MILK11) eram negociados com alta de 1,88% na bolsa paulista, cotados a 1,08 real por BDR. No mesmo instante, o Ibovespa, principal indicador do pregão, recuava 0,82%, a 55.222. Apesar da alta de hoje, os investidores há muito demonstram, na desvalorização dos papéis, sua insatisfação com o desempenho da empresa. Em relação aos 7,69 reais com que fechou o primeiro pregão do ano, os papéis já perderam mais de 85% de seu valor.

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