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Pão de Açúcar atinge metas em 2008 e promete pisar no acelerador

Empresa vai investir em lojas de conveniência e "atacarejo" em 2009

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

O desaquecimento da economia brasileira penalizou o desempenho do Pão de Açúcar no quarto trimestre. Em seus resultados referentes ao período, a companhia apresentou queda de 9,2% no lucro líquido, que totalizou 102 milhões. No acumulado do ano, porém, o avanço frente a 2007 foi de 41,6%, atingindo 299 milhões.

Em coletiva de imprensa sobre os resultados, o diretor presidente da companhia Claudio Galeazzi afirmou que os números foram bem positivos. O caixa favorável mantém uma perspectiva otimista para 2009. "Todas as previsões que fizemos em abril foram atingidas em 2008", afirmou.

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Galeazzi explicou o bom desempenho com a preparação da empresa para enfrentar a crise. Foi adotada uma postura conservadora, com a renegociação da dívida. Além disso, houve a redução dos investimentos e dos estoques da empresa.

"Tudo isso levou a uma posição de caixa de capital de giro favorável para enfrentar a crise de 2009. (...) A crise está aí, mas tivemos a sorte de nos prepararmos muito antes para enfrentá-la. Quando veio de verdade, nossa estrutura de capital estava forte”, reforçou ele, que acredita ainda que a redução de despesas também contribuiu com o resultado.

A resposta do mercado foi boa. Às 17h33, as ações preferenciais tinham alta de 2,12% e eram negociadas a 29,27 reais por ação.

Perspectivas para este ano

Segundo o diretor-presidente, a prioridade do grupo em 2009 é o setor chamado atacarejo, o qual espera a expansão das lojas Assai e de lojas de conveniência, como o Extrafácil, além do investimento em TI e logística, levando em conta o forte crescimento do e-commerce.

Apesar da visão positiva, porém, a empresa não quis dar projeções concretas para este ano, uma vez que o cenário continua incerto, tanto no exterior quando no Brasil. Um dos poucos valores já estabelecidos é o de investimentos, que contará com um montante já aprovado de 1,2 bilhão de reais.

"Vamos buscar crescimento de participação de mercado em função das oportunidades que vão aparecer", afirmou Galeazzi. Para ele, o Pão de Açúcar deve continuar com política financeira conservadora, mas mantendo o "pé no acelerador" se a crise não continuar a se agravar.

Visão dos analistas

Em geral, as corretoras gostaram do resultado do Pão de Açúcar, mas fizeram algumas ressalvas. "Este resultado foi negativamente impactado por maiores despesas financeiras, decorrente, principalmente, de um maior nível de endividamento bruto, além de correções de provisões de contingências e consolidação do leasing das lojas da rede Assai", afirmou a Brascan, em relatório.

A corretora considerou os resultados reportados "levemente positivos". Para os analistas, o fato de a companhia ter encerrado 2008 com caixa de R$ 1,6 bilhão trouxe uma posição confortável para a empresa atravessar a crise, além de permitir a realização de novas aquisições.

Com isso, a equipe manteve recomendação marketperform (desempenho em linha com o do mercado) e preço-justo de 40 reais por ação preferencial. Os analistas da corretora Link, por sua vez, não estabeleceram um preço-alvo para os papéis, mas deram recomendação neutra aos ativos, mesmo ressaltando que, no geral, os resultados foram bons para a companhia, alcançando as projeções oficiais.

Segundo a Link, o Pão de Açúcar tem uma posição financeira sólida. O problema maior é a conjuntura econômica desfavorável. "A piora no cenário econômico doméstico, com aumento na taxa de desemprego e redução na massa salarial, continua afetando a confiança dos consumidores, que estão buscando cada vez mais alternativas para reduzir os gastos", afirmou a corretora.

Outros fatores apontados que podem pressionar os resultados futuros foram a competição no setor e o fato de que o Pão de Açúcar é percebido como uma bandeira cara, o que pode prejudicar as vendas nos próximos meses.

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