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País acolhe iraniano Ahmadinejad nesta 2ª, e o defende

O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, uma das figuras mais controversas e criticadas dentro de toda a comunidade internacional, chega nesta segunda-feira ao Brasil para uma visita oficial. Partidário da destruição do estado de Israel, crítico da aceitação dos relatos históricos do Holocausto e patrocinador da criação de um programa nuclear clandestino em Teerã, Ahmadinejad seria […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, uma das figuras mais controversas e criticadas dentro de toda a comunidade internacional, chega nesta segunda-feira ao Brasil para uma visita oficial. Partidário da destruição do estado de Israel, crítico da aceitação dos relatos históricos do Holocausto e patrocinador da criação de um programa nuclear clandestino em Teerã, Ahmadinejad seria recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Itamaraty, onde almoçariam. Na véspera da visita, o presidente defendeu a ideia de convidar Ahmadinejad a visitar o país, apesar de todas as declarações incendiárias e ações perigosas do líder iraniano.

Em entrevista aos jornalistas no domingo, depois de votar na eleição do PT, Lula disse estar feliz por receber, em um espaço de 15 dias, três nomes influentes do Oriente Médio: o presidente de Israel, Shimon Peres, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e agora, Ahmadinejad. "Isso mostra a diversidade das relações internacionais do Brasil", afirmou Lula. "E com todos eu vou conversar sobre a paz." O presidente afirmou ainda que o povo e "alguns" governantes do Oriente Médio querem a paz. "O que precisamos detectar agora é quem não quer a paz, a quem interessa que não haja paz no Oriente Médio", afirmou, sem comentar o fato de Ahmadinejad defender abertamente o fim de Israel.

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"Esse alguém que está ganhando com a não existência da paz precisa ser colocado para escanteio", completou, novamente sem falar sobre o fato de receber justamente quem inflama os ânimos na região. Lula encerrou seu comentário com a seguinte declaração: "Se houver a paz no Oriente Médio, a gente vai ter um mundo muito mais tranquilo, vai deixar de ouvir falar tanto em guerra." Antes, ainda defendeu empenho maior dos Estados Unidos e da União Europeia para acabar com os impasses diplomáticos na região. "É preciso que as grandes potências também tenham uma ação mais positiva, mais construtiva", disse, criticando quem pressiona o Irã.

Após o desembarque em Brasília e o encontro com Lula, Ahmadinejad deverá ser recebido pelos presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). Por volta das 18h30, Ahmadinejad ainda faria palestra no Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), aberta a perguntas das pessoas presentes. Para encerrar a visita, deverá conceder uma entrevista coletiva, às 20h30. O embaixador iraniano no país afirmou que a delegação presidencial vai ser formada por 250 pessoas, das quais 150 são empresários e executivos de grandes companhias de pelo menos 14 setores, entre os quais eletrodoméstico, petroquímica, transportes, eletroeletrônica, energia e siderurgia.

Nesta segunda-feira, devem ser fechados novos acordos entre os países nas áreas agrícola, de energia, de cultura, cooperação técnica, cooperação universitária e cooperação em tecnologia. Segundo o embaixador, não haverá nenhum acordo relativo à área nuclear e, na delegação, não haverá representantes iranianos desse setor. Em paralelo à visita oficial, será realizado, também no Itamaraty, um seminário empresarial coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). O embaixador dizia no fim da semana passada que a maioria da população ficará "contente" com a visita.

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