Nesta entrevista exclusiva a EXAME, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fala dos desafios do Brasil num mundo globalizado, afirma que a máquina do governo está patinando, e contra-ataca os adversários que enxergam em seus pronunciamentos e artigos na imprensa uma postura não condizente com a de um estadista. FHC tornou-se, de um ano para cá, a sensação no circuito das palestras corporativas. Uma de suas mensagens nessas palestras é alertar empresários e executivos a respeito das condições de competitividade do país, tema da primeira parte da entrevista. FHC se mostra preocupado com a quantidade de problemas que se acumulam no atual governo e se queixa de ter sido chamado, equivocadamente, de neoliberal em seus tempos na presidência.

Para o ex-presidente, o PT está sendo vítima de uma das arraigadas tradições políticas no Brasil: o pensamento mágico ou salvacionista. Outro traço da mentalidade brasileira, segundo ele, é ser contrário à continuidade da obra do governo anterior.

Neste trecho da entrevista, Fernando Henrique nega que irá tentar um terceiro mandato presidencial e que seu recém-fundado instituto seja uma maneira de esboçar sua plataforma eleitoral.

Apesar disso, FHC disse que as críticas não o impedirão de continuar se manifestando a respeito da situação brasileira.

Em uma palestra num recente fórum empresarial em Comandatuba, na Bahia, FHC qualificou de estapafúrdia a decisão do governo de abrir mais 40 000 postos no funcionalismo federal. Aqui ele analisa as distorções na máquina pública.