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Apesar de lucro, GOL diz que ainda tem trabalho pela frente

Em 2016, ela tem planos para reduzir ainda mais as ofertas de assentos, decolagens, frota e custos operacionais, para alcançar economia de R$ 300 milhões


	Kakinoff, da Gol: ela tem planos para reduzir ainda mais as ofertas de assentos, decolagens, frota e custos operacionais
 (Germano Luders/Exame)

Kakinoff, da Gol: ela tem planos para reduzir ainda mais as ofertas de assentos, decolagens, frota e custos operacionais (Germano Luders/Exame)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 12 de maio de 2016 às 17h35.

São Paulo – A GOL anunciou o seu primeiro lucro líquido desde o último trimestre de 2011, mas ainda não está satisfeita com o resultado.

Segundo Paulo Kakinoff, presidente da companhia, esse é o primeiro resultado positivo das mudanças que começaram a ser colocadas em prática desde a metade do ano passado.

Ela obteve lucro líquido de R$ 757 milhões no período, revertendo prejuízo de R$ 672,7 milhões no primeiro trimestre de 2015.

No entanto, a empresa considera que ainda há muito trabalho pela frente. Em 2016, ela tem planos para reduzir ainda mais as ofertas de assentos, decolagens, frota e custos operacionais, para economizar até R$ 300 milhões.

“A reviravolta na economia brasileira só deverá vir em dois anos ou até mais. Ainda precisamos trabalhar para mudar nossa liquidez e estrutura de capital”, disse o presidente da companhia.

A principal preocupação da GOL é reduzir a sua dívida e alavancagem. A dívida bruta da companhia aérea caiu de R$ 9,3 bilhões no último trimestre de 2015 para R$ 7,9 bilhões.

Este ano, ela busca "redução substancial da dívida atual, visando o crescimento operacional, balanceado pelo fortalecimento na estrutura de crédito de longo prazo", afirmou a empresa em sua divulgação de resultados.

GOL voou menos

A empresa passou os últimos trimestres reduzindo o tamanho da sua frota, para se adequar ao momento atual brasileiro. Hoje ela tem 143 aeronaves Boeing e deve diminuir a frota em 15% até o fim do ano.

A empresa suspendeu 8 destinos no último trimestre, entre eles alguns internacionais como Miami, Orlando, Aruba e Caracas.

Ela já retornou 6 aeronaves que estavam em arrendamento e vendeu os direitos de receber 3 Boeing em 2016, que iriam substituir aviões que sairiam de sua frota.

Dessa forma, a empresa recebeu R$212,6 milhões em ganhos não recorrentes. Não há planos para receber novos aviões até 2018.

Nos meses anteriores, a empresa já havia alugado alguns de seus aviões para outras companhias aéreas em estações de baixa no Brasil, tanto para reduzir oferta quanto para conseguir uma renda extra.

O número de assentos oferecidos no primeiro trimestre do ano caiu 5,9% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior - a redução de todo o mercado doméstico foi de 2,9%. Até o fim de 2016, o corte será de 5% a 8%.

“A GOL se manteve disciplinada para reduzir a oferta de assentos nesse cenário difícil”, afirmou Kakinoff. 

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