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No primeiro dia de pregão, Natura fecha com alta de 15,58%

Os papéis da Natura fecharam em alta de 15,58% em sua estréia hoje (26/5) no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). As ações ordinárias abriram o dia em 36,50 reais por papel, mesmo valor da oferta pública secundária realizada pela empresa e encerraram o dia em 42,19 reais. Às 10h45, 400 mil […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Os papéis da Natura fecharam em alta de 15,58% em sua estréia hoje (26/5) no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). As ações ordinárias abriram o dia em 36,50 reais por papel, mesmo valor da oferta pública secundária realizada pela empresa e encerraram o dia em 42,19 reais. Às 10h45, 400 mil ações já haviam trocado de mãos e a cotação alcançava 40 reais. O desempenho da empresa ficou bem acima da média do mercado. O índice Bovespa, composto pelas 54 ações mais negociadas, registrou alta de 1,1% no pregão desta quarta-feira.

A Natura, uma das maiores fabricantes de cosméticos do país, concluiu a venda de 18,582 milhões de ações ordinárias, equivalentes a 21,75% do capital da empresa. Os estrangeiros foram o grande destaque da oferta secundária de ações, ao adquirirem 70% dos papéis, sobressaindo-se os americanos (40% do montante) e europeus (30%). A operação também atraiu 4.800 pessoas físicas no Brasil, que representaram 17% das compras, e 13% ficaram com investidores brasileiros institucionais.

Segundo um dos três co-presidentes da Natura, Pedro Luis Passos, o mercado brasileiro de cosméticos recuou 15% nos últimos dois anos. Por isso, a predominância estrangeira na operação reflete a estratégia de longo prazo desses investidores, que desconsideram potenciais oscilações de preços dos papéis no curto prazo. "Eles têm acesso a números de empresas similares de outros países e podem compará-los com os da Natura", afirmou Passos.

O potencial de desenvolvimento da empresa, conforme outro co-presidente, Guilherme Leal, chamou a atenção nos road shows promovidos em outros países para atrair o mercado. Segundo ele, um dos dados exibidos era a evolução da receita da companhia. Em 1979, a Natura faturou cinco milhões de dólares. No ano passado, a companhia bateu seu recorde, com receita bruta de 1,9 bilhão de reais, 35,4% superior ao de 2002, e ebitda 48% maior, somando 296 milhões.

Embora admita que a desvalorização do real facilite o investimento dos estrangeiros, os executivos não acreditam que o preço de colocação tenha afastado investidores brasileiros. As ações foram negociadas a 36,50 reais cada uma, perfazendo um total de 678,274 milhões de reais na venda. Segundo Passos, os pedidos foram dez vezes maiores que o total ofertado pela empresa. Para mostrar que o preço não prejudicou os brasileiros, o executivo citou que 35% dos pedidos vieram deles, próximo dos 30% de investidores nacionais que efetivamente fecharam negócio. "Se houve alguma influência, foi sobre os investidores institucionais do Brasil, que precisaram calcular se era vantajoso ou não trocar de posições e adquirir nossas ações", disse.

Operação

Os 21,75% de participação ofertada equivalem a 19,7% de ações em poder dos acionistas, equivalentes a 16,4 milhões de papéis, e à conversão de debêntures em poder do BNDESPar, empresa de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). As debêntures equivaliam a 2,54% do capital da Natura, equivalentes a 2,172 milhões de ordinárias. O negócio foi intermediado pelos bancos UBS, Pactual e Itaú BBA.

Os papéis foram listados no Novo Mercado da Bovespa, em que as regras de governança corporativa e direitos dos minoritários são mais rígidas. Para participar dessa lista, as companhias precisam manter, pelo menos, 25% de seu capital em circulação no mercado. Como a empresa obteve 21,75% com a oferta secundária, é possível que tenha que ofertar parte do lote extra de 2,46 milhões de ordinárias, o chamado greenshoe. A opção pode ser exercida em até 30 dias.

Planos

Por se tratar de uma oferta secundária, Passos afirmou que o objetivo da operação não era captar recursos para investimentos, mas sim institucionalizar a relação da Natura com o mercado, reafirmar seus valores de governança corporativa e deixar uma porta aberta para sustentar ciclos de crescimento no futuro. "A Natura não precisa, neste momento, de dinheiro para alavancar sua expansão", afirmou. Os recursos obtidos com a oferta foram embolsados diretamente pelos acionistas vendedores.

Segundo os executivos, a empresa continuará priorizando o mercado interno, mas pretende ampliar suas operações no exterior, onde já conta com negócios no Chile, Argentina, Peru e com uma distribuidora independente na Bolívia. A empresa colocará, em breve, seus produtos da linha Ekos em Paris, mas ainda não há um plano de expansão fechado para os EUA e a Europa. 

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