Negócios

Mercado balança com rumor de fusão entre Americanas e Ponto Frio

Se o negócio for fechado, o cenário do varejo brasileiro será redesenhado

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.

Nesta sexta-feira (9/12), o mercado foi tomado por rumores que, caso se concretizem, podem redesenhar o cenário do varejo brasileiro. De acordo com informações que circulavam no mercado financeiro, o trio formado pelos investidores Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira estaria negociando a compra do Ponto Frio, segunda maior rede varejista de eletrodomésticos do país. Segundo executivos relataram a EXAME, o Ponto Frio estaria prestes a ser absorvido pelas Lojas Americanas, operação de varejo adquirida pelos três em 1983. A empresa resultante seria uma das maiores potências do varejo brasileiro. Juntas, as duas empresas têm mais de 527 lojas e faturam cerca de 7 bilhões de reais. A Casas Bahia, líder do varejo de eletrodomésticos e móveis, projeta faturar 12 bilhões de reais em 2005.

Procurados por EXAME, os possíveis compradores não deram resposta. A secretária de Telles afirmou que os três estão incomunicáveis, "enclausurados" no exterior. O presidente do Ponto Frio, Roberto Britto, negou veementemente a venda. "Isso não existe", afirmou ele. "Não estou a par de nada", afirmou a EXAME Simon Alouan, dono de 18% do capital do Ponto Frio. Os principais sócios e controladores da rede, Lily Safra, viúva do banqueiro Edmond Safra, e seu filho, Carlos Monteverde, não foram encontrados.

Há anos os sócios do Ponto Frio se desentendem sobre os rumos da empresa, e o controle da companhia já esteve prestes a ser vendido. Lily, porém, decidiu voltar atrás e fazer uma reestruturação no comando do Ponto Frio. Em 2003, Alouan deixou a presidência dando lugar a Britto , e o ex-ministro Pedro Malan foi contratado para presidir o conselho de administração. Britto se dedicou a fazer uma reestruturação, com cortes de custos e melhorias operacionais, processo visto por muitos analistas como uma forma de preparar a empresa para a venda. Mesmo após as mudanças, porém, a empresa não retomou o fôlego. Enquanto Casas Bahia e outros concorrentes, como o Magazine Luiza, cresceram mais de 100% nos últimos dois anos, o Ponto Frio cresceu 44%. O lucro acumulado até o terceiro trimestre foi de 8,2 milhões de reais, contra 24,2 milhões no mesmo período do ano passado. Em contraste, o lucro das Lojas Americanas nos nove primeiros meses de 2005 foi de 127 milhões de reais, para um faturamento quase idêntico ao do Ponto Frio. Recentemente Lemann, Telles e Sicupira, que controlam as Lojas Americanas com 56% das ações ordinárias, aumentaram sua participação no capital das companhias. Eles detinham 7,3% das ações preferenciais da companhia e passaram a ter 26%. Estima-se que, nessa operação, o trio tenha desembolsado cerca de 700 milhões de reais.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Negócios

Para se recuperar, empresas do maior hub de inovação do RS precisam de R$ 155 milhões em empréstimos

Investida do bilionário Bernard Arnault, startup faz sucesso usando IA para evitar furtos no Brasil

Riverwood Capital investe R$ 126 mi e quer levar startup mineira de gestão de contratos ao mundo

Oxxo por delivery: rede de "mercadinhos de bairro" anuncia parceria com o Rappi

Mais na Exame