A operação entre a Ambev e a belga Interbrew corre o risco de ser revista. A cervejaria mexicana Femsa, da qual a empresa brasileira passaria a ter 30%, entrou, na sexta-feira (12/3) com uma ação na justiça americana pedindo a suspensão de certos aspectos da transação, anunciada no dia 3/3.

A contestação dos mexicanos já era prevista pelos empresários brasileiros e belgas, porque a Interbrew era legalmente obrigada a submeter a transação à apreciação dos outros sócios na Femsa - o que não foi feito. Segundo a assessoria de imprensa da Ambev, a possibilidade de a cervejaria brasileira ser proibida de incorporar os ativos da Femsa foi, inclusive, considerada no negócio. Caso a incorporação não ocorra, a Interbrew oferecerá outros ativos para recompensar a Ambev.

A Femsa Cerveza atende a cerca de 45% do mercado mexicano. A empresa exporta para os Estados Unidos, e para alguns países da América Latina, Europa e Ásia.

Nesta segunda-feira, outra empresa manifestou-se questionando a transação da Ambev com a Interbrew. A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, afirmou que pretende abrir um processo administrativo na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) "para fazer valer seus direitos e defender o patrimônio dos participantes".

Em comunicado oficial, o fundo de pensão também afirmou que "como investidores de longo prazo, não é intenção vender de imediato a participação na empresa, mesmo diante da significativa redução contábil no valor dos papéis". A Previ possui cerca de 3,3 bilhões de ações preferenciais e 73,3 milhões de ações ordinárias da Ambev.