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Para Marfrig, prioridade será redução da dívida

Empresa vai reduzir drasticamente os investimentos e descarta aquisições para preservar o caixa em 2009

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Após o veloz crescimento dos últimos anos, o frigorífico Marfrig vai pôr o pé no freio em 2009 e terá como foco a redução do endividamento. A meta da empresa é cortar a relação dívida líquida/Ebitda de 3,67 vezes ao final de 2008 para 3 vezes até dezembro.

Para isso, a empresa descarta fazer novas aquisições e já decidiu reduzir drasticamente os investimentos. A empresa planeja investir 220 milhões de reais na abertura e modernização de fábricas, um volume bem menor que os 3,2 bilhões aplicados entre 2006 e 2008.

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Novas aquisições também foram totalmente descartadas. "Agora queremos integrar as operações compradas nos últimos anos, ter sinergias", afirmou o diretor de relações com investidores, Ricardo Florence.

Ele negou que haja interesse em comprar a área de bovinos da Sadia, que precisa se desfazer de ativos para arcar com a pesada dívida. O favorito para ficar com essa fábrica da Sadia é a JBS-Friboi, que já afirmou que vê boas oportunidades de crescimento e aquisições no Brasil devido à crise no setor.

Já a estratégia de crescimento do Marfrig deve se concentrar no aumento da utilização da capacidade instalada. Florence disse que em 2008 a empresa utilizou apenas 51% da capacidade para bovinos e pouco mais de 80% para suínos e frangos.

"A oferta de bois no mercado tem aumentado. Esse é um dos grandes fatores que vão permitir a utilização maior da capacidade", afirmou o diretor de RI. "Os preços caíram, mas agora já vejo um equilíbrio entre a oferta e a demanda."

Balanço

O Marfrig apresentou forte crescimento de lucro operacional, geração de caixa e margens de lucro no ano passado. O balanço anual divulgado nesta quinta-feira foi bastante elogiado pelo mercado.

No entanto, devido ao impacto da alta do dólar na dívida atrelada à moeda americana, a empresa teve um prejuízo líquido de 35 milhões de reais no ano passado, contra lucro de 85 milhões em 2007.

Florence explicou que as dívidas da empresa em dólar são de longo prazo e não devem exercer grande pressão sobre o caixa. Além disso, a empresa quer aproveitar possíveis oportunidades de alongar o vencimento dos débitos.

Uma das ideias é negociar com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) algum tipo de participação nesse processo - o banco já é acionista da empresa.

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