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Luz das Letras - Copel

Fiz a 1a série quatro vezes e não passei do 2o ano primário. A professora brigava e me deixava de castigo na última carteira. Não entendia nada , diz a massagista Cleuza Gouveia, de 45 anos, nove irmãos a maioria deles com apenas o 1o grau completo. Seu processo de alfabetização só foi concluído recentemente. […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Fiz a 1a série quatro vezes e não passei do 2o ano primário. A professora brigava e me deixava de castigo na última carteira. Não entendia nada , diz a massagista Cleuza Gouveia, de 45 anos, nove irmãos a maioria deles com apenas o 1o grau completo. Seu processo de alfabetização só foi concluído recentemente. Hoje já sei ler e escrever, acesso a internet, pesquiso assuntos de interesse da minha área e tenho até e-mail.

Cleuza é um dos 1,5 mil alunos adultos, com idade média de 40 anos, que já passaram pelo projeto Luz das Letras, criado há um ano pela Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel). Na época, 900 microcomputadores 486 DX2, considerados sucatas tecnológicas, foram adaptados e transformados numa espécie de professor digital de adultos semi ou totalmente analfabetos.

Atualmente, há 41 laboratórios do Luz das Letras espalhados por várias cidades brasileiras. Até o fim deste ano, esse número deve chegar a 350 unidades, capazes de atender 150 mil pessoas. Tal salto só é possível graças à difusão da idéia ao modelo de parcerias criado. Hoje há 70 instituições multiplicadoras do projeto, entre prefeituras, órgãos estaduais, empresas privadas e entidades de classe, espalhadas por sete estados brasileiros.

O software de alfabetização, desenvolvido sob a supervisão de pedagogos, é distribuído gratuitamente para quem quiser se cadastrar. Cabe ao parceiro encontrar o local e os equipamentos básicos para completar o laboratório. Professores voluntários se encarregam das aulas presenciais. O curso tem duração de 40 horas/aula. Cada aluno vence as etapas do programa de acordo com suas possibilidades.

Alfabetizamos essas pessoas quatro vezes , diz Lindolfo Zimmer, diretor de marketing da Copel. Há a alfabetização de fato, a iniciação no mundo da tecnologia com acesso direto aos computadores, o uso disso como ferramenta de aperfeiçoamento profissional e a conquista da cidadania. Alice de Oliveira de Lara, de 39 anos, foi durante 25 anos copeira no prédio da Copel, em Curitiba. Já era alfabetizada cursou até a 4a série , mas queria voltar a estudar. Motivada pelo projeto, está encerrando o ensino fundamental, fez curso de computação e, em junho deste ano, foi promovida a escriturária. Para colocar o Luz das Letras em prática, a Copel remanejou oito funcionários e investiu 500 mil reais. Os professores voluntários contribuem com uma hora de trabalho por dia.

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