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Lucro do Bradesco é o maior da história entre bancos latino-americanos

Ganhos líquidos da instituição cresceram 80% no ano passado e somaram 5,154 bilhões de reais

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

O Bradesco encerrou 2005 com lucro líquido consolidado de 5,514 bilhões de reais, o maior já obtido por um banco latino-americano . A constatação é da consultoria Economática, que utilizou o dólar comercial de venda (a Ptax, calculada pelo Banco Central) na comparação do resultado do Bradesco com o de bancos no Brasil e no exterior.
 
Além de recorde, o valor chega a ser 80% superior aos 3,06 bilhões obtidos no ano anterior. O percentual mostra que o lucro da instituição cresceu de forma gigantesca, apesar dos bons resultados nos anos anteriores. Entre 2003 e 2004, os ganhos do banco já haviam aumentado 33%.
 
Contribuição do crédito
 
As operações de crédito foram responsáveis por 32% do lucro líquido total. A taxa é semelhante aos 33% registrados em 2004. A área de seguros contribuiu com 29%; os serviços prestados pelo banco, com 26%; e as operações com títulos e valores mobiliários, com 13%.
 
A carteira total de créditos, avais e fianças encerrou o ano em 90,8 bilhões de reais - um crescimento de 28% sobre 2004. Somente os créditos somaram 81,13 bilhões, com alta de 29,2%. Já os avais e fianças totalizaram 9,63 bilhões, com ritmo menor de expansão - 18,9%.
 
O destaque foi a evolução dos contratos para pessoas físicas, que responderam por 40,9% da carteira. As pequenas e médias empresas foram responsáveis por 28,8% do total empresatdo, e as grandes companhias, por 30,3%. Em 2004, essas porcentagens foram, respectivamente, 33,8%, 29,7% e 36,5%.
 
Perspectivas
 
A expansão do crédito deve continuar neste ano. Segundo o presidente do Bradesco, Marcio Cypriano, a expectativa é de um acréscimo de 25%, o que elevaria a carteira para cerca de 113 bilhões de reais. De acordo com Cypriano, para que a previsão seja alcançada, o cenário traçado inclui um crescimento de 3,6% do PIB, desemprego em queda e renda em alta.
 
Esses indicadores são importantes porque o maior incremento deve vir das pessoas físicas e das pequenas e médias empresas. "As grandes empresas têm outras opções de acesso a recursos, como as operações estruturadas no mercado de capitais", diz Cypriano. Este foi um dos motivos da reestruturação anunciada na semana passada, que envolveu a criação do Banco Bradesco Investmento (BBI), para concentrar as operações nesses mercados.
 
Pelo índice de Basiléia, porém, a instituição ainda possui bastante espaço para crescer. O acordo internacional exige que, no mínimo, 11% do total emprestado por bancos de países emergentes esteja lastreado em capital próprio. Ou seja, para cada 100 reais emprestados, 11 reais devem vir do capital da instituição. Em 2005, esse indicador do Bradesco chegou a 15,2% e, em 2004, foi a 16,1%. Como está empenhando mais dinheiro próprio do que o acordo de Basiléia obriga, o banco tem condições reduzir essa fatia e aumentar a captação de recursos no mercado para emprestar mais. "A carteira de crédito poderia crescer mais 64 bilhões de reais, sem descumprir o acordo", diz Cypriano.
 
Mais números
 
O total de recursos captados e administrados pelo Bradesco cresceu 16,45% no ano passado e atingiu 309,048 bilhões de reais. O ativo total somou 208,683 bilhões - uma expansão de 12,85%. Já as operações de crédito, leasing e adiantamentos sobre contratos de câmbio alcançaram 81,13 bilhões de reais, com expansão de 29,21%.
 
O patrimônio líquido do banco, no final de dezembro, era de 19,409 bilhões de reais, 27,57% maior que o do mesmo período de 2004. As provisões para créditos duvidosos cresceram 23%, de 2,042 bilhões para 2,507 bilhões de reais na mesma comparação.
 
O banco encerrou dezembro com um valor de mercado de 64,7 bilhões de reais - uma valorização de 126,6%. Pela cotação de ontem (21/2), porém, a cifra já havia subido para 84 bilhões. "Se estivéssemos nos Estados Unidos, seríamos o oitavo maior banco em valor de mercado. Se contássemos todo o mundo, estamos em 33º lugar", afirma Cypriano.
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