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Lojistas de shopping lamentam crescimento modesto do consumo

Setor minimiza dificuldades no relacionamento com administradoras de shoppings por causa do alto custo das locações e pressiona por funcionamento das lojas aos feriados

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

O crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro no primeiro trimestre não convenceu os lojistas de shopping. "A retomada da economia está muito modesta e lenta", afirma Nabil Sahyoun, presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), que promove de hoje (31/5) a 3 de junho a quarta edição da Brasilshop, Feira Internacional de Tecnologia e Suprimentos para Lojistas e Shopping Centers, no ITM Expo, em São Paulo. Mesmo afirmando que o pior já passou uma vez que o primeiro trimestre tradicionalmente é o mais fraco em vendas do ano Sahyoun diz que a expansão, quando ocorre, é em grande medida apenas uma reação dos lojistas à concorrência. "Ouvi de um dono de loja de roupas masculinas: 'eu não tenho escapatória, preciso investir para que meu concorrente não tome espaço'. Esse investimento nem é de bom grado, é mais defensivo".

O presidente da Alshop mantém para este ano a estimativa de crescimento de 3% nas vendas do setor, sobre os 45,6 bilhões de reais faturados nos 579 shoppings brasileiros em 2003. Para Ricardo Sayon, diretor da rede de lojas de brinquedos Ri Happy, será um avanço fraco. "Ano passado já empatou com 2002, enquanto os custos continuam subindo."

Um desses custos é justamente o preço da locação de espaço nos shoppings. Em tempos de vacas magras, é de se esperar maiores tensões no relacionamento entre lojistas e administradoras na hora de repactuar contratos. Mas, segundo Sahyoun, há um clima inédito de entendimento mútuo. "Nunca se viveu uma situação como a atual, de busca de integração. Nossos desafios foram melhor ponderados pelos shoppings, que estão presentes na feira com estandes e participando dos painéis de discussão."

Para ele, problema maior é a negociação com os sindicatos de trabalhadores para que os shoppings funcionem em feriados e domingos. "Só em relação a feriados, perdemos 12 a 13 dias por ano, com as lojas fechadas. Se consideramos também os domingos, a inatividade pode provocar desemprego de 15% a 20% no setor. Não sei a quem interessa essa restrição."

Outro problema, para a Alshop, são os encargos trabalhistas. "Gostaríamos de pagar 100% dos encargos direto ao trabalhador, para que revertessem em consumo", afirma o presidente da entidade. Sayon, da Ri Happy, vê aí o grande desafio: "O problema fatal do varejo é nível de emprego e poder aquisitivo".

A organização da Brasilshop divulgou uma expectativa de geração de negócios de 100 milhões de reais durante os quatro dias da feira, para seus 140 expositores.

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