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Lava Jato mira venda de informações privilegiadas na Petrobras

Ao menos seis agentes públicos tiveram participação direta no esquema ilícito de operações de trading na Petrobras

Operação tem como base tem como base delação de um ex-funcionário e um executivo de uma trading company (Luiz Souza/NurPhoto/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de outubro de 2020 às 10h30.

Última atualização em 20 de outubro de 2020 às 13h11.

A 77ª fase da Operação Lava Jato , deflagrada na manhã desta terça-feira, 20, é um desdobramento de outras três fases - 57, 71 e 76 - e tem como base delações de um ex-funcionário da estatal e um executivo de uma trading company. Segundo a Polícia Federal, com base nos relatos e na análise de provas já existentes, identificou-se que ao menos seis agentes públicos, até então desconhecidos das investigações, tiveram participação direta no esquema ilícito perpetrado em operações de trading da Petrobras .

A corporação indica que um dos funcionários, que continua trabalhando naPetrobrasaté hoje, trabalhava diretamente na área logística da Diretoria de Abastecimento e era responsável, por vezes, em gerar artificialmente demandas que justificassem novas operações comerciais de compra e venda pela estatal junto às tradings estrangeiras.

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"Com isso, pagavam-se comissões aos intermediários envolvidos e que, posteriormente, repassavam os valores aos agentes públicos, inclusive para os demais ex-funcionários públicos investigados nesta fase", afirmou a PF em nota.

A fase deflagrada nesta terça-feira, denominada Sem Limites IV, apura supostos crimes de corrupção passiva e organização criminosa e de lavagem de dinheiro relacionados a esquema mantido na antiga Diretoria de Abastecimento daPetrobras, especificamente na Gerência Executiva de Marketing e Comercialização. Cerca de 40 policiais federais cumprem sete mandados de busca e apreensão - cinco no Rio de Janeiro e dois em Niterói, no Grande Rio.

A PF apontou que o grupo de ex-agentes públicos alvo da Sem Limites IV também é investigado pela venda de informações privilegiadas e favorecimento de empresas estrangeiras em negociações envolvendo diferentes produtos - óleo combustível, querosene de aviação, diesel, derivados de petróleo e gasóleo de vácuo.

"Em todos esses casos, os investigados recebiam vantagens indevidas calculadas na quantidade de produto negociado", frisou a corporação.

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