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Kraft e Perdigão negam conversas sobre fusão

A empresa americana diz que não prepara uma oferta de compra da brasileira

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A Perdigão e a americana Kraft Foods negaram nesta quarta-feira que já tenham conversado sobre uma possível fusão. A empresa brasileira enviou hoje nota à Bovespa em que afirma ter sido "surpreendida" com reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico, que afirma que a empresa americana prepara uma oferta de compra da brasileira. Horas depois, a Kraft também negou a negociação, segundo a agência de notícias Dow Jones.

Em dúvida sobre a veracidade das informações, o mercado comprou as ações das duas principais fabricantes de alimentos do país. Os papéis ordinários (com direito a voto) da Perdigão fecharam o dia com valorização de 4,59%, a quarta maior do dia na Bovespa, enquanto as ações preferenciais (sem direito a voto) da Sadia avançaram 4,36%, até pouco depois do encerramento do pregão. Devido ao crescimento do mercado interno e do consumo de alimentos, diversas corretoras já vinham indicando a compra dos papéis das duas empresas. O setor de aves e suínos tem se destacado em relação a outros segmentos do agronegócio, como de carne bovina. Neste ano, Sadia e Perdigão acumulam valorização de 53,6% e 65%, respectivamente, enquanto os papéis da Friboi, por exemplo, caíram 9,1% desde sua estréia.

O fim do impacto da gripe aviária sobre as exportações de frango e a recuperação do preço do produto no mercado externo explicam esse movimento do mercado. Ao mesmo tempo, os lucros com carne bovina têm caído devido principalmente à redução das exportações para a União Européia e ao aumento do preço da arroba do boi.

Fusão

Segundo o Valor, a Kraft estaria em negociação para fazer uma oferta de compra pela Perdigão e os controladores da empresa brasileira já teriam demonstrado interesse em vendê-la. O controle da Perdigão foi pulverizado em 2005, mas os fundos de pensão que controlavam a alimentícia - entre eles o Petros, dos funcionários da Petrobras, o Previ, dos funcionários do Banco do Brasil, e outros privados, como Valia, Sistel, Real Grandeza e Sabiá - ainda mantêm um acordo de voto válido, para os próximos quatro anos.

As conversas sobre a aquisição estariam ocorrendo num tom amigável, oposto ao clima hostil que caracterizou a oferta mais recente oferta de compra da Perdigão, feita pela Sadia, em julho de 2006, mas rejeitada por oferecer um valor avaliado como baixo demais. A abordagem mais amena poderia colaborar para o negócio, uma vez que, para comprar mais de 20% das ações, a Kraft teria de fazer uma oferta a todos os acionistas.

Embora ainda não haja qualquer compromisso de acordo, o tema teria chegado ao Palácio do Planalto e provocado resistência de membros governistas, que se opõem à idéia de ver uma empresa controlada por fundos de pensão de empresas estatais nas mãos de uma multinacional - eles prefeririam que outra brasileira comprasse a Perdigão.

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