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Informatização do Patrimônio Cultural das Missões Jesuíticas dos Guaranis - IBM

Em 1992, a IBM estava prestes a trazer para o Brasil uma mostra cultural sobre o acervo eletrônico das ruínas de Pompéia, na Itália. O evento fazia parte de um circuito mundial de exposições, mantido pela empresa. Foi então que surgiu a pergunta: por que não fazer algo semelhante com parte da história brasileira? A […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Em 1992, a IBM estava prestes a trazer para o Brasil uma mostra cultural sobre o acervo eletrônico das ruínas de Pompéia, na Itália. O evento fazia parte de um circuito mundial de exposições, mantido pela empresa. Foi então que surgiu a pergunta: por que não fazer algo semelhante com parte da história brasileira? A resposta veio sob a forma do projeto Informatização do Patrimônio Cultural das Missões Jesuíticas dos Guaranis, que arquiva e divulga um dos capítulos mais ricos da colonização espiritual da América. As comunidades guaranis chegaram a reunir 140 mil habitantes entre os séculos 17 e 18. Eram auto-sustentáveis, baseadas em trabalho cooperativo. Seguiam projetos urbanístico e paisagístico padronizados, inspirados no barroco. A guerra que se seguiu ao Tratado de Madri, de 1750, que dividiu o território missioneiro entre Portugal e Espanha, provocou a expulsão dos religiosos e a destruição dos povoados. Sem o projeto de documentação, algo parecido poderia ocorrer com a história das Missões.

A proposta de participação social da IBM é usar a tecnologia em favor do conhecimento, formando parcerias. O projeto Missões tem a beleza de atender os três temas que priorizamos: educação, cultura e história , diz o peruano Bruno di Leo, gerente-geral da IBM no Brasil.

Realizado em conjunto com Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o projeto tem várias frentes. O acervo físico e artístico dos sítios arqueológicos de 30 povoados missioneiros foram catalogados num banco de dados. O arquivo eletrônico, instalado no laboratório do Iphan, em Porto Alegre, tomou como base o sistema de inventários da União Européia e inclui documentos e referências bibliográficas dos estudos contemporâneos sobre o tema.

O site http://www.missoes.iphan.gov.br também abre para o mundo a experiência dos jesuítas e permite acesso aos catálogos do material arquivado. Num incentivo ao turismo, 4,5 mil cd-roms multimídia (1,5 mil deles em espanhol) oferecem uma viagem virtual pelo circuito internacional das Missões no Brasil, Argentina e Paraguai. Pelos cálculos da IBM, 420 mil pessoas já tiveram acesso às informações.

No contrato de parceria assinado com o Iphan em 1994, a IBM se comprometeu a investir, inicialmente, 250 mil dólares no projeto. No mundo, a empresa aplicou no ano passado 126 milhões de dólares em programas sociais 70% desse valor destinado à educação. Mesmo projetos culturais como o das Missões têm vínculos com o ensino , diz Patrícia Menezes, gerente de relações comunitárias da IBM. Cem escolas públicas e privadas de Porto Alegre já receberam o cd Missões.

O Colégio Farroupilha utiliza o material como suporte às aulas de história do ensino fundamental e médio. A chegada dos cds inspirou uma excursão às ruínas brasileiras. No final deste ano, nova caravana parte para as Missões Argentinas. Quem vê uma imagem na tela do computador tem curiosidade de conferir ao vivo e saber mais , diz Luiz Antônio Custódio, presidente do comitê brasileiro do Conselho Internacional de Museus e arquiteto do Iphan.

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