Exame Logo

Indefinição do governo federal agrava situação da Cesp

Apesar de o mercado ter contado como certa, está cada vez mais distante a possibilidade de ajuda financeira do governo paulista para a Companhia Energética de São Paulo (Cesp). Se o estado tivesse recursos, faria um aporte , diz Mauro Arce, Secretário de Energia e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo. Mas não temos […]

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Apesar de o mercado ter contado como certa, está cada vez mais distante a possibilidade de ajuda financeira do governo paulista para a Companhia Energética de São Paulo (Cesp). Se o estado tivesse recursos, faria um aporte , diz Mauro Arce, Secretário

de Energia e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo. Mas não temos dinheiro para fazer aportes. O Estado é o maior acionista da Cesp. Segundo Arce, o governo paulista tem vivido um dia de cada vez no que se refere à solução das dívidas da Cesp, já que não pode traçar um futuro para o setor e muito menos para a companhia. A falta de definição de uma política federal para o setor agravou o problema , diz. A Cesp estaria em uma situação melhor se tivesse mercado e regras para vender 25% da energia que hoje está excedente.

Nesta semana, a Cesp teve duas vitórias na tentativa de evitar a inadimplência. O JP Morgan, contratado para renegociar as dívidas da empresa, fechou em Londres acordo com instituições financeiras internacionais, reestruturando o desembolso de 150 milhões de dólares relativos a emissões de notas no mercado internacional. A operação cancelou uma opção de venda que obrigava a Cesp a reaver os papéis em maio. A Standar & Poor s considerou a operação coersiva e reduziu a nota da Cesp.

No Brasil, a Assembléia Legislativa de São Paulo aprovou a transferência de débitos que o governo estadual possui junto à Cesp para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Com a decisão, a Cesp tem autorização para vender ao banco créditos de até 657 milhões de reais que possui junto ao Estado. Segundo o secretário, os recursos vão aliviar dívidas com o próprio BNDES e o Tesouro Nacional.

Veja também

A Cesp tem 3 bilhões de reais em dívidas vencendo nos próximos 12 meses. O próximo desafio dos negociadores é transferir o pagamento de 500 milhões de dólares que vencem em janeiro e fevereiro do ano que vem. Há também 700 milhões de reais a serem pagos ao governo federal, entre pagamentos de menor valor.

Outras alternativas para a Cesp, ventiladas pelo mercado, como a privatização de parte dos ativos ou sua transferência para o BNDES, também estão descartadas. O BNDES deixou claro que não quer o ônus de gerir empresa, muito menos de arcar com passivos , diz Mauro Arce.

E a política do atual governo federal não abre margem para a privatização de geradoras.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Negócios

Mais na Exame