Negócios

InBev pode ganhar US$ 1,4 bilhão em sinergias com a Anheuser-Busch, estima Lehman Brothers

Modelo agressivo de gestão da InBev, baseado em estrutura administrativa enxuta e orçamento base zero, poderão gerar fortes ganhos na fusão

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Se bem-sucedida, a compra da cervejaria americana Anheuser-Busch não transformará a InBev em um grande elefante corporativo, com uma estrutura administrativa inchada e pouco lucrativa. O modelo agressivo de gestão da cervejaria, capitaneada pelos brasileiros egressos da AmBev, tende a gerar fortes ganhos de sinergia. A avaliação é do banco de investimentos americano Lehman Brothers. A instituição calcula que uma fusão com a dona da marca Budweiser pode render ganhos de sinergia de 1,4 bilhão de dólares à InBev.

Desse total, a maior fatia viria do corte de postos de gerência e de economia nos procedimentos de compra de insumos e matérias-primas. Somente esses itens poderiam render ganhos de 800 milhões de dólares após a fusão. Outros 400 milhões seriam enxugados com o programa de orçamento base zero, uma prática já consolidada na InBev.

De acordo com o Lehman Brothers, a administração da Anheuser-Busch já é "razoavelmente eficiente". No ano passado, a margem de ebit da companhia (lucro antes de taxas e impostos) foi de 23%. Se a InBev conseguisse, de fato, gerar 400 milhões de dólares em sinergias com o orçamento de base zero, o banco americano estima que a margem de ebit da cervejaria americana poderia subir para 26%. Seria um desempenho próximo da inglesa SABMiller - considerada o plano B da InBev, caso fracasse a proposta pela Budweiser -, que possui margem de 28%, ou da mexicana Modelo, também com 28%. Ainda assim, estaria bem longe do desempenho da AmBev, que chega a 42%.

Por último, a junção de centros de serviços na América do Norte e economias com contratos de licenciamento e distribuição poderiam agregar mais 200 milhões de dólares à sinergia.

A captura plena das sinergias - os 1,4 bilhão de dólares - só ocorreria em 2011, segundo o Lehman Brothers. Para 2009, a nova empresa geraria apenas 462 milhões de dólares em economias. No ano seguinte, essa cifra subiria para 1,05 bilhão.

Potencial de valorização

A oferta hostil lançada pela InBev consiste no pagamento de 65 dólares, em dinheiro, por ação da Anheuser-Busch. Segundo comunicado da companhia, divulgado nesta quarta-feira (11/6), trata-se de um prêmio de 35% sobre a cotação média dos papéis da americano nos últimos 30 dias. Também significa um prêmio de 18% sobre o maior valor já atingido pelos papéis da dona da Budweiser - 54,97 dólares, em outubro de 2002.

A InBev conta com o apoio de um pool de bancos de investimento e comerciais, que ofereceram pelo menos 40 bilhões de dólares para financiar a operação. Entre as instituições, estão o Santander, Barclays Capital, BNP Paribas, Deutsche Bank, Fortis, ING Bank, JP Morgan e Royal Bank of Scotland.

Segundo o Lehman Brothers, o negócio tem o potencial de valorizar bem as ações da InBev. Em relatório do início de junho, o banco avaliava que, se a oferta fosse feita a 65 dólares por ação, e toda custeada por dívida, as ações da InBev poderiam subir para, pelo menos, 70 euros nos próximos meses - em uma análise conservadora. A cifra é 53% superior à cotação de referência da análise - 45,80 euros.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Negócios

Cacau Show, Chilli Beans e mais: 10 franquias no modelo de contêiner a partir de R$ 30 mil

Sentimentos em dados: como a IA pode ajudar a entender e atender clientes?

Como formar líderes orientados ao propósito

Em Nova York, um musical que já faturou R$ 1 bilhão é a chave para retomada da Broadway

Mais na Exame