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GM, Ford e Chrysler sofrem queda recorde de vendas em fevereiro

Crise leva montadoras a registrarem o pior desempenho mensal desde dezembro de 1981

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

O rosário de notícias negativas das montadoras americanas parece longe de terminar. Nesta terça-feira (3/3), as três maiores companhias do setor - General Motors, Ford e Chrysler - informaram que sofreram quedas expressivas de vendas em fevereiro nos Estados Unidos. A GM sofreu uma retração de 53% no número de veículos comercializados, na comparação com o mesmo mês do ano passado. A Ford recuou 48%, e a Chrysler, 44%. O cenário adverso também prejudicou as atividades da japonesa Toyota no país. Suas vendas diminuíram 40%.

De acordo com a agência de notícias Bloomberg, este foi o pior desempenho do setor desde dezembro de 1981. Os números alimentaram o pessimismo dos investidores, que temem cada vez mais que as companhias não sejam capazes de se reestruturar, mesmo com os bilhões que o governo já injetou no setor - e a outra montanha de dólares que podem ser canalizados. O índice Dow Jones, por exemplo, fechou em baixa de 0,55%, aos 6.726 pontos - o menor patamar em 12 anos.

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Há duas semanas, a GM e a Chrysler apresentaram um novo plano de recuperação ao Tesouro dos Estados Unidos. As duas pediram mais 21,6 bilhões de dólares para escapar da crise. Do total, até 16,6 bilhões podem ir para a GM, que já havia recebido 13,4 bilhões em dezembro do governo. Outros 5 bilhões iriam para a Chrysler, que já havia contado com um financiamento de 4 bilhões há três meses. "Tivemos um mês terrível", afirmou o diretor de vendas da Chrysler, Steve Landry, ao The Wall Street Journal.

Em números, a GM vendeu 126.170 unidades no mês passado, entre veículos de passeio e utilitários leves. Já a Ford viu suas vendas recuarem para menos de 100.000 unidades pelo segundo mês consecutivo. A Chrysler comercializou 84.050 veículos.

Fora das concessionárias

A queda das vendas é atribuída a um misto de crise econômica e falta de confiança dos consumidores quanto aos rumos do país. "A esta altura, não se trata tanto de uma queda de crédito, e sim de confiança dos clientes", afirma Al Castignetti, vice-presidente da japonesa Nissan para os Estados Unidos. "Mesmo que você garanta o crédito, as pessoas não vão querer tomá-lo porque estão preocupadas com seus empregos", diz. As vendas da Nissan caíram 37% no mês passado no país.

Os analistas também acreditam que o setor ainda não chegou ao fundo do poço. "Ainda vai piorar, antes de melhorar", afirma Joe Barker, um analista da consultoria americana CSM Worldwide.

Durante a última década, as vendas anuais de automóveis e utilitários leves estavam acima de 16 milhões de unidades. No ano passado, com o agravamento da crise mundial - e das próprias montadoras -, o volume caiu para 13,2 milhões. Foi o pior desempenho em 16 anos. Agora, os analistas afirmam que as vendas podem cair ainda mais em 2009 - para cerca de 9 milhões de unidades.

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