O pedido da United Airlines por garantias para um empréstimo de 1,6 bilhão de dólares foi rejeitado nesta quinta-feira (17/6), agravando a situação da segunda maior companhia aérea do mundo, em concordata há um ano e meio. De acordo com reportagem desta sexta-feira (18/6) do jornal britânico Financial Times, dois membros do Conselho para a Estabilização do Transporte Aéreo dos Estados Unidos (ATSB, na sigla em inglês)  Ned Gramlich, do Federal Reserve, e Brian Roseboro, subsecretário do Tesouro para finanças domésticas  votaram pelo indeferimento da operação, enquanto Jeff Shane, subsecretário de transportes, votou pelo adiamento da decisão para a próxima semana.

Tornando a situação ainda mais controversa, logo depois da divulgação do posicionamento da ATSB, o Departamento do Tesouro anunciou que estaria aberto a reconsiderar o caso da United, desde que a empresa reapresentasse o requerimento, com reformulações. A manobra, liderada pelo secretário do Tesouro, John Snow, praticamente desautoriza seu próprio representante na ATSB, e já está insuflando um debate nos Estados Unidos sobre a influência do lobby empreendido pelo deputado Dennis Hastert para beneficiar a United. Hastert ligou terça-feira para Snow, diz o FT, para pressionar em favor da United.

A empresa declara em comunicado que ficou perplexa com a decisão da ATSB. "Temos motivos para acreditar que estamos no meio de um processo junto ao conselho para tornar nosso requerimento aceitável e que tal decisão foi prematura. Não cremos que a ATSB tenha plena noção das importantes modificações que a United está disposta a trazer à mesa de negociação."

Entre as concessões apresentadas pelo CEO da United, Glenn Tilton, estariam a redução do total do empréstimo e do prazo para quitar a dívida, além de novos investimentos.

"Evidentemente, estou desapontado por a ATSB ainda não ter aprovado o pedido da United Airlines", disse o deputado Hastert em nota à imprensa.