Fim do monopólio da BM&FBovespa deve demorar, diz corretora

Em documento oficial divulgado na véspera, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) afirmou que quer reavaliar o monopólio da BM&FBovespa nas negociações com ações no Brasil. A Link Investimentos, contudo, acredita que tal privilégio deve demorar para ter um fim.

A corretora explicou que a criação de um sistema de balcão organizado para os negócios ocorrerem aumentaria a competitividade no setor, acabando com a restrição à concorrência existente hoje.

Isso pressionaria os preços e as margens da BM&FBovespa, que consegue cobrar atualmente taxas mais altas em comparação com as de bolsas internacionais, por causa da falta de concorrentes no mercado interno.

"Acreditamos, no entanto, que caso o fim do monopólio ocorra, a mudança se dará de maneira lenta", previram os analistas, que mantiveram recomendação de compra aos papéis da companhia.

Nesta sessão, as ordinárias da empresa ( BVMF3 ) dão continuidade à forte queda de 3,68% da véspera. Às 14h42, as ações amargavam perdas de 1,91% e eram negociadas a 8,72 reais.

Possível concorrente

A Link apontou a Cetip, que compete com a Bovespa no mercado de renda fixa e com a BM&F no de derivativos, como uma das beneficiadas no caso da CVM colocar um fim ao monopólio atual, pois se tornaria um mercado de balcão de negociação de ações.

O Advent formalizou proposta para adquirir aproximadamente 30% do capital da Cetip por cerda de 350 milhões de reais, o que deve ser votado em assembléia no próximo mês. A entrada da empresa e de outros investidores estrangeiros estratégicos trariam um potencial ainda maior de fazer concorrência à BM&FBovespa.

Os analistas ressaltam, porém, que em 2008 houve rumores de que a própria companhia brasileira estaria interessada em comprar a Cetip, o que também beneficiaria a empresa.