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Falência da General Motors é possível, afirma Merrill Lynch

Banco lança o mais contundente alerta sobre a situação da maior montadora dos Estados Unidos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Nesta quarta-feira (2/7), o banco americano de investimentos Merrill Lynch jogou mais lenha na fogueira da já complicada situação da General Motors, atolada há anos em uma crise financeira de proporções bilionárias. Um relatório da instituição, assinado pelo analista John Murphy, afirma que a falência da maior montadora dos Estados Unidos "não é impossível", caso as vendas continuem em queda.

Diversos analistas vêm tratando do delicado momento da companhia, mas o alerta do Merrill Lynch é o mais contundente até agora. O banco também estima que, para manter a liquidez e as operações, a montadora necessita levantar mais de 15 bilhões de dólares - também a estimativa mais alta entre as formuladas pelo mercado. "Um grande colchão [de liquidez] é essencial", explica Murphy, em seu relatório.

O documento foi publicado em uma semana particularmente turbulenta para a empresa de Detroit. Nesta quarta, suas ações registraram a maior queda em 54 anos de negociação. A desvalorização levou o Merrill Lynch a rebaixar o preço-alvo dos papéis de 28 dólares para 7 dólares. O detalhe é que o novo valor indica que os papéis poderão cair ainda mais, já que eram negociados nesta quarta por 10,50 dólares na Bolsa de Nova York.

Nesta semana, a GM também divulgou que, em junho, as vendas nos Estados Unidos caíram 18% sobre o mesmo mês do ano passado, totalizando 262.329 unidades. A empresa aproveitou para reduzir também a estimativa de produção para o terceiro trimestre de 1,055 milhão de veículos para 900.000.

A queda das vendas atingiu todas as montadoras que operam no país - até mesmo a japonesa Toyota, que disputa com a GM o posto de maior fabricante de automóveis do mundo. Segundo os especialistas, o desempenho foi prejudicado pela crise americana e pela disparada do petróleo, que tem levado os consumidores a buscar modelos de veículos que consomem menos combustível - para os quais a GM dispõe de poucas opções.

A GM evitou comentar diretamente o relatório do Merrill Lynch. A montadora limitou-se a afirmar que possui liquidez suficiente para operar em 2008, apesar dos volumes menores de vendas e do aumento dos custos operacionais. Para levantar capital, a GM poderá oferecer títulos de dívida conversíveis em ações, ou emitir ações. Qualquer alternativa pode diluir a participação dos atuais acionistas - o que levanta mais dúvidas sobre o comportamento dos papéis.

A escalada do petróleo - e a conseqüente fuga dos clientes rumo a carros mais econômicos - é o mais recente complicador na crise da GM. O início dos problemas, há cerca de três anos, foram os pesados encargos da companhia com pacotes de benefícios, como aposentadorias e planos de saúde e previdência para seus funcionários, ao lado de uma estrutura produtiva cada vez menos competitiva. Em apenas dois anos - entre 2005 e meados de 2007 - os prejuízos acumularam-se em 12 bilhões de dólares.

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