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Donos bilionários apoiarão recuperação da VW após escândalo

Proprietários da Volkswagen ressaltaram compromisso com a fabricante, quebrando o silêncio meses após o escândalo de fraude de emissões ter se tornado público

A fabricante alemã Volkswagen: “as famílias Porsche e Piech estão do lado da Volkswagen”, disse Wolfgang Porsche (Julian Stratenschulte/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2015 às 19h51.

Os proprietários bilionários da Volkswagen AG ressaltaram seu compromisso com a fabricante de veículos, quebrando o silêncio mais de dois meses depois de o escândalo de fraude dos testes de emissão ter se tornado público.

“As famílias Porsche e Piech estão do lado da Volkswagen”, disse Wolfgang Porsche, líder da família que possui uma participação majoritária na fabricante e presidente do conselho de seu veículo de investimento Porsche Automobil Holding SE, em uma reunião com o prefeito de Wolfsburg, Alemanha, na noite de terça-feira.

“Estou profundamente convencido de que a Volkswagen superará a difícil situação atual” e “farei a minha parte pessoalmente”.

Em uma tentativa de buscar apoio em um momento em que a empresa procura uma saída para o escândalo, Wolfgang Porsche falará a milhares de trabalhadores na enorme fábrica da Volkswagen em Wolfsburg nesta quarta-feira.

A ele se somarão os outros três membros do conselho de supervisão que representam o recluso clã: Louise Kiesling, Hans-Michel Piech e Ferdinand Oliver Porsche.

A família Porsche-Piech recebeu pedidos de líderes dos trabalhadores para que sinalizassem seu compromisso com os funcionários, que enfrentam duas semanas de licença forçada durante o Natal em um momento em que a crise começa a afetar as vendas.

O diretor de recursos humanos, Bernd Osterloh, que tem pressionado pela proteção aos trabalhadores focando nos cortes no portfólio de modelos da Volkswagen, dirigirá a assembleia.

‘Indicativo importante’

“As famílias proprietárias foram muito discretas até aqui em meio a essa crise sem precedentes para a empresa”, disse Yasmina Serghini, analista da Moody’s em Paris. A reunião mostrará onde a família está em relação à mão de obra, disse ela, “um indicativo importante do plano da empresa de acelerar as reformas e melhorar a eficiência de custo”.

A reunião surge em meio a notícias controversas para a Volkswagen. Apesar de a empresa ter feito progresso com um recall mais simples do que o esperado de 8,5 milhões de carros a diesel fraudulentos na Europa, as negociações com as agências reguladoras americanas ainda estão em andamento e a queda nas vendas no país mostra o impacto da crise sobre as concessionárias. O impacto financeiro, que a empresa disse que totalizará mais de 8,7 bilhões de euros (US$ 9,24 bilhões), também é incerto.

Rebaixamento da S&P

A Standard Poor’s rebaixou a classificação de crédito da Volkswagen na terça-feira pela segunda vez desde que a crise veio a público, em setembro. “Esses riscos e os custos relacionados a eles continuam se expandindo e se aprofundando”, especialmente após as revelações de novembro sobre emissões de dióxido de carbono deturpadas na Europa, disse a agência de classificação.

A reticência de Wolfgang Porsche era a esperada. O bilionário de 72 anos foi atirado na liderança no início deste ano depois que seu primo, o ex-presidente do conselho da Volkswagen, Ferdinand Piech, renunciou após um confronto dentro do conselho com o então CEO Martin Winterkorn. Porsche foi o último dos poderosos dentro da empresa a ficar ao lado de Winterkorn na briga, entrando na disputa apenas depois de consultar outros membros da família.

Fazenda orgânica

Diferentemente de Piech, que passou toda a carreira em conselhos, centros de engenharia e unidades de montagem, Wolfgang Porsche viveu a maior parte de sua vida silenciosamente na Áustria, passando o tempo em Salzburgo e na vila alpina de Zell am See. Ele possui uma fazenda orgânica de lácteos na região.

A maior parte do restante da família, formada por 30 a 40 pessoas, também se mantém longe dos holofotes e vive perto da fronteira da Alemanha com a Áustria.

Estes membros controlam 52 por cento das ações votantes da Volkswagen por meio da Porsche Holding, com sede em Stuttgart, uma relíquia da tentativa malfadada da fabricante de carros esportivos Porsche de assumir o controle da Volkswagen, de porte muito maior.

Esta última virou a mesa em uma transação complexa que culminou em um acordo, em 2009, para ter a família Porsche-Piech como acionista principal, enquanto as operações de carros esportivos foram integradas à lista de marcas da Volkswagen.

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“As famílias Porsche e Piech estão do lado da Volkswagen”, disse Wolfgang Porsche, líder da família que possui uma participação majoritária na fabricante e presidente do conselho de seu veículo de investimento Porsche Automobil Holding SE, em uma reunião com o prefeito de Wolfsburg, Alemanha, na noite de terça-feira.

“Estou profundamente convencido de que a Volkswagen superará a difícil situação atual” e “farei a minha parte pessoalmente”.

Em uma tentativa de buscar apoio em um momento em que a empresa procura uma saída para o escândalo, Wolfgang Porsche falará a milhares de trabalhadores na enorme fábrica da Volkswagen em Wolfsburg nesta quarta-feira.

A ele se somarão os outros três membros do conselho de supervisão que representam o recluso clã: Louise Kiesling, Hans-Michel Piech e Ferdinand Oliver Porsche.

A família Porsche-Piech recebeu pedidos de líderes dos trabalhadores para que sinalizassem seu compromisso com os funcionários, que enfrentam duas semanas de licença forçada durante o Natal em um momento em que a crise começa a afetar as vendas.

O diretor de recursos humanos, Bernd Osterloh, que tem pressionado pela proteção aos trabalhadores focando nos cortes no portfólio de modelos da Volkswagen, dirigirá a assembleia.

‘Indicativo importante’

“As famílias proprietárias foram muito discretas até aqui em meio a essa crise sem precedentes para a empresa”, disse Yasmina Serghini, analista da Moody’s em Paris. A reunião mostrará onde a família está em relação à mão de obra, disse ela, “um indicativo importante do plano da empresa de acelerar as reformas e melhorar a eficiência de custo”.

A reunião surge em meio a notícias controversas para a Volkswagen. Apesar de a empresa ter feito progresso com um recall mais simples do que o esperado de 8,5 milhões de carros a diesel fraudulentos na Europa, as negociações com as agências reguladoras americanas ainda estão em andamento e a queda nas vendas no país mostra o impacto da crise sobre as concessionárias. O impacto financeiro, que a empresa disse que totalizará mais de 8,7 bilhões de euros (US$ 9,24 bilhões), também é incerto.

Rebaixamento da S&P

A Standard Poor’s rebaixou a classificação de crédito da Volkswagen na terça-feira pela segunda vez desde que a crise veio a público, em setembro. “Esses riscos e os custos relacionados a eles continuam se expandindo e se aprofundando”, especialmente após as revelações de novembro sobre emissões de dióxido de carbono deturpadas na Europa, disse a agência de classificação.

A reticência de Wolfgang Porsche era a esperada. O bilionário de 72 anos foi atirado na liderança no início deste ano depois que seu primo, o ex-presidente do conselho da Volkswagen, Ferdinand Piech, renunciou após um confronto dentro do conselho com o então CEO Martin Winterkorn. Porsche foi o último dos poderosos dentro da empresa a ficar ao lado de Winterkorn na briga, entrando na disputa apenas depois de consultar outros membros da família.

Fazenda orgânica

Diferentemente de Piech, que passou toda a carreira em conselhos, centros de engenharia e unidades de montagem, Wolfgang Porsche viveu a maior parte de sua vida silenciosamente na Áustria, passando o tempo em Salzburgo e na vila alpina de Zell am See. Ele possui uma fazenda orgânica de lácteos na região.

A maior parte do restante da família, formada por 30 a 40 pessoas, também se mantém longe dos holofotes e vive perto da fronteira da Alemanha com a Áustria.

Estes membros controlam 52 por cento das ações votantes da Volkswagen por meio da Porsche Holding, com sede em Stuttgart, uma relíquia da tentativa malfadada da fabricante de carros esportivos Porsche de assumir o controle da Volkswagen, de porte muito maior.

Esta última virou a mesa em uma transação complexa que culminou em um acordo, em 2009, para ter a família Porsche-Piech como acionista principal, enquanto as operações de carros esportivos foram integradas à lista de marcas da Volkswagen.

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