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Dona da Daslu é condenada a 94 anos e meio de prisão

Irmão e sócio da empresária também foi preso e condenado; quatro réus estão foragidos

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A empresária Eliana Tanchesi, dona da butique Daslu, foi condenada pela Justiça de Guarulhos a 94 anos e 6 meses de prisão, além do pagamento de 330 dias-multa, pelos crimes de formação de quadrilha, descaminho consumado e falsidade ideológica. A Polícia Federal executou o mandado de prisão da empresária, que foi levada para o presídio feminino do Carandiru.

Seu irmão e sócio, Antônio Carlos Piva de Albuquerque, também foi preso e recebeu a mesma sentença que Eliana.

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Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, os dois teriam implantado um sistema criminoso de refaturamento e subfaturamento sobre a maior parte dos produtos que importavam. O esquema só seria possível através do uso de importadoras (tradings) pertencentes aos demais denunciados: André de Moura Beukers, Celso de Lima, Christian Polo, Roberto Fakhouri Junior e Rodrigo Nardy Figueiredo.

Algumas dessas importadoras teriam sido criadas especificamente para funcionar de maneira exclusiva para fazer importações para a boutique.

Celso de Lima, dono da Multimport, também já está preso e foi condenado a 53 anos de prisão. Os outros réus não foram encontrados nos endereços indicados e são considerados foragidos. A localização de um deles é conhecida: cerca de 40 agentes estão mobilizados na ação para a captura de André de Moura Beukers, que está nos Emirados Árabes, em Dubai.

Para a juíza federal Maria Izabel do Prado, a omissão da informação sobre a origem verdadeira das cargas e a declaração falsa sobre os preços das mercadorias configuram crime de falsidade ideológica. Já o desembarque de mercadorias subfaturadas configura o crime de descaminho.

Outro lado

Em comunicado enviado à imprensa, Joyce Roysen, a advogada de Eliana Tranchesi, disse que considera "absolutamente injusta e desprovida de racionalidade" a condenação de sua cliente, mesmo sem ter tido acesso ainda ao teor da sentença.

A advogada informou que entrará com um pedido de habeas corpus para solicitar a liberdade Eliana. Segundo ela, a sentença foi "acompanhada de uma excêntrica ordem de prisão, providência já declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em 2003 ".

Para Joyce, a operação de prisão foi "ainda mais cruel" por causa da situação de saúde de Eliana, que enfrenta um tratamento contra câncer. "No último sábado ela realizou mais uma sessão de quimioterapia, está fragilizada, e deverá se submeter periodicamente a novas sessões", explicou.

Diretamente da prisão, Eliana Tranchesi escreveu um bilhete, que foi divulgado por sua advogada.

"Não vejo sentido em estar presa novamente. Não represento perigo para a sociedade. Este processo começou há quase três anos. Minha vida foi revirada. Fui presa por um crime tributário cujas multas já haviam sido lavradas e estavam sendo pagas", ressaltou.

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