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Denúncias afastam investidores da Petrobras nos EUA

Os problemas estão afetando a decisão de aplicar em papéis não só da petroleira, mas também de outras empresas estatais do Brasil

Plataforma da Petrobras: papeis da estatal já recuaram 23% este ano (Divulgação/Petrobras)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2014 às 07h30.

Nova York - As denúncias de corrupção na Petrobras ganharam repercussão nos Estados Unidos e vêm assustando investidores daquele país.

Os problemas descobertos pela operação Lava Jato , da Polícia Federal, estão afetando a decisão de aplicar em papéis não só da petroleira, mas também de outras empresas brasileiras, principalmente estatais.

O Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, ouviu nos últimos dias investidores estrangeiros que aplicam ou aplicavam nos papéis da Petrobras listados na Bolsa de Valores de Nova York, os chamados American Depositary Receipts (ADRs).

Alguns dizem que resolveram "realizar o prejuízo" e venderam as ações da petroleira recentemente, temendo que as coisas piorem ainda mais.

Outros preferiram manter as ações da empresa, na esperança de que os preços se recuperem com o andar das investigações, mas argumentam que estão receosos em aplicar no Brasil agora.

"É o maior esquema de corrupção de que tenho notícia no Brasil", diz o professor Samuel Saalfeld, que investe na Petrobras há dois anos e mora no Estado de Wisconsin, nos EUA.

"Acho que essas denúncias afetam não apenas a imagem da Petrobras no exterior, mas de outras empresas brasileiras e do próprio País", diz.

"Ainda mantenho as ações da Petrobras, embora me culpe todo dia por não ter vendido antes", afirma um investidor em Chicago, o engenheiro Richard Patt, que comprou o ADR por cerca de US$ 17 em maio de 2013.

Hoje, os papéis são negociados ao redor de US$ 10. "O Brasil tem uma reputação internacional ruim por causa da corrupção e a imagem da Petrobras ficou pior", diz ele.

Na avaliação de Patt, a repercussão que o caso vem ganhando internacionalmente, aliada a declarações de nomes conhecidos de Wall Street, como o do bilionário gestor de fundos de hedge, Jim Chanos, ajudam a aumentar a preocupação com a Petrobras, em particular, e com o Brasil, no geral.

Chanos recentemente declarou que a petroleira não é uma empresa, mas um "esquema", e, por isso, estava vendendo suas ações.

Outro investidor, que mora na pequena cidade de Saratoga, no Estado de Nova York, e autorizou a citar apenas seu primeiro nome, James, diz que aplicava em Petrobras até recentemente e ainda queria comprar ações da Vale, mas desistiu.

"Vou ficar fora de papéis brasileiros por enquanto", diz. James investe em bolsa há 40 anos e avalia que, quanto maior a influência que os governos têm em uma empresa, maior o risco de corrupção.

No caso da Petrobras, ele fala ainda que preocupa a recusa da empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers em assinar o balanço trimestral, o que levanta dúvidas de como está a real situação da companhia.

Além das denúncias de corrupção, outro problema é o uso do preço dos combustíveis pelo governo para controlar a inflação, o que compromete a capacidade de financiamento da Petrobras.

Oportunidade

Questionados se a queda dos papéis da Petrobras, que já recuaram 23% este ano, não representa uma oportunidade de compra para o papel, os investidores não se mostraram muito animados.

Os analistas de petróleo do Morgan Stanley, em um relatório recente, preferiram não fixar um preço-alvo para a ação da empresa, por causa das incertezas sobre os desdobramentos das investigações.

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Alguns dizem que resolveram "realizar o prejuízo" e venderam as ações da petroleira recentemente, temendo que as coisas piorem ainda mais.

Outros preferiram manter as ações da empresa, na esperança de que os preços se recuperem com o andar das investigações, mas argumentam que estão receosos em aplicar no Brasil agora.

"É o maior esquema de corrupção de que tenho notícia no Brasil", diz o professor Samuel Saalfeld, que investe na Petrobras há dois anos e mora no Estado de Wisconsin, nos EUA.

"Acho que essas denúncias afetam não apenas a imagem da Petrobras no exterior, mas de outras empresas brasileiras e do próprio País", diz.

"Ainda mantenho as ações da Petrobras, embora me culpe todo dia por não ter vendido antes", afirma um investidor em Chicago, o engenheiro Richard Patt, que comprou o ADR por cerca de US$ 17 em maio de 2013.

Hoje, os papéis são negociados ao redor de US$ 10. "O Brasil tem uma reputação internacional ruim por causa da corrupção e a imagem da Petrobras ficou pior", diz ele.

Na avaliação de Patt, a repercussão que o caso vem ganhando internacionalmente, aliada a declarações de nomes conhecidos de Wall Street, como o do bilionário gestor de fundos de hedge, Jim Chanos, ajudam a aumentar a preocupação com a Petrobras, em particular, e com o Brasil, no geral.

Chanos recentemente declarou que a petroleira não é uma empresa, mas um "esquema", e, por isso, estava vendendo suas ações.

Outro investidor, que mora na pequena cidade de Saratoga, no Estado de Nova York, e autorizou a citar apenas seu primeiro nome, James, diz que aplicava em Petrobras até recentemente e ainda queria comprar ações da Vale, mas desistiu.

"Vou ficar fora de papéis brasileiros por enquanto", diz. James investe em bolsa há 40 anos e avalia que, quanto maior a influência que os governos têm em uma empresa, maior o risco de corrupção.

No caso da Petrobras, ele fala ainda que preocupa a recusa da empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers em assinar o balanço trimestral, o que levanta dúvidas de como está a real situação da companhia.

Além das denúncias de corrupção, outro problema é o uso do preço dos combustíveis pelo governo para controlar a inflação, o que compromete a capacidade de financiamento da Petrobras.

Oportunidade

Questionados se a queda dos papéis da Petrobras, que já recuaram 23% este ano, não representa uma oportunidade de compra para o papel, os investidores não se mostraram muito animados.

Os analistas de petróleo do Morgan Stanley, em um relatório recente, preferiram não fixar um preço-alvo para a ação da empresa, por causa das incertezas sobre os desdobramentos das investigações.

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