CSN: a companhia poderá dobrar a capacidade de produção de aço (Flávio Ciro/CSN/Reprodução)
Da Redação
Publicado em 9 de julho de 2014 às 10h34.
São Paulo - A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) está atuando em duas frentes para tentar garantir sua entrada no mercado americano de aço. Nas últimas investidas, a empresa presidida por Benjamin Steinbruch não obteve sucesso.
Desta vez, ela disputa duas usinas do grupo russo Severstal, localizadas nos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que sonda a usina Gallatin Steel, da siderúrgica brasileira Gerdau e da indiana ArcelorMittal, informaram três fontes com conhecimento no assunto.
Caso saia vitoriosa na compra das usinas russas em território americano, a CSN poderá dobrar a capacidade de produção de aço do grupo brasileiro.
A siderúrgica de Volta Redonda (RJ) confirmou no mês passado que "está participando de um processo de concorrência privada para eventual aquisição de ativos siderúrgicos da OAO Severstal nos Estados Unidos".
Esses ativos são formados pelas usinas produtoras de aço em Dearborn, no Estado de Michigan, e em Columbus, no Mississippi.
Já a Gallatin Steel, localizada em Kentucky, produz cerca de 6 milhões de toneladas anuais de bobinas a quente, de acordo com informações que constam no site da companhia, ou seja: essa aquisição, cuja negociação ainda não foi aberta pela empresa, também será relevante para aumentar a produção atual da CSN.
Em 2013, no Brasil, a CSN produziu 4,5 milhões de toneladas de aço bruto e está hoje no limite da capacidade instalada. Tradicionalmente no segmento de aços planos, a companhia também está ingressando no País no setor de aços longos, mercado hoje dividido principalmente entre Gerdau e ArcelorMittal.
A capacidade atual de produção de aço da CSN é de cerca de 7,5 milhões de toneladas, incluindo unidades de aços longos compradas pela empresa na Alemanha em 2012.
Dívida
Depois de uma série de tentativas frustradas de aquisição por parte da CSN, analistas que acompanham o setor não estão muito confiantes de que, desta vez, as investidas vão dar certo.
Uma das preocupações, que também rondou o mercado nas outras tentativas da companhia, está relacionada ao endividamento da empresa.
O índice ainda é motivo de cautela, mesmo após o acordo feito no início do ano para aumentar o financiamento da Ferrovia Transnordestina, que tirou a obra do balanço da CSN, reduzindo a alavancagem. "Mas ela continua sendo um risco para os acionistas", diz o analista do UBS, Andreas Bokkenheuser.
A CSN encerrou o primeiro trimestre com dívida líquida de R$ 15,7 bilhões ante um caixa de R$ 12,8 bilhões.
Procurada, a siderúrgica brasileira disse que não comentaria as informações sobre as tentativas de aquisição.
Internacionalização
Hoje, a CSN mantém em território americano uma unidade de processamento de aços planos, no Estado de Indiana. Ao fazer mais uma investida no mercado dos EUA, a siderúrgica brasileira está de olho na recuperação da indústria automobilística do país, explicam analistas do setor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.