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Crescem as chances de a GM e a Chrysler pedirem concordata, diz Wall Street Journal

Governo Obama estuda a possibilidade de reestruturar as montadoras sob a proteção do Capítulo 11 da Lei de Falências do país

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

À medida que o novo governo americano toma suas primeiras medidas para resgatar as montadoras em crise, o presidente Barack Obama parece aumentar a pressão sobre a General Motors e a Chrysler para que analisem cenários de reestruturação envolvendo a concordata. Nos Estados Unidos, decretar falência sob o amparo do Capítulo 11 da legislação é o equivalente à recuperação judicial no Brasil.

Segundo o Wall Street Journal, alguns movimentos indicam que Obama começou a considerar a falência das montadoras como uma alternativa. Um deles é a nomeação de Ron Bloom, ex-banqueiro de investimentos da Lazard Freres & Co, como um dos principais assessores da força-tarefa que coordenará a reestruturação do setor automotivo americano. Bloom construiu sua fama ao aconselhar diversas siderúrgicas no passado a aceitar diversas concessões em casos de falência. Segundo um membro da Secretaria do Tesouro dos Estados Unidos, Bloom deve assumir um posto de liderança na força-tarefa de Obama.

Pessoas que trabalharam com Bloom em outros casos de falência destacam sua capacidade de transformar empresas problemáticas em companhias lucrativas e viáveis. "Com a economia nesta situação precária, ninguém deseja a falência das montadoras, mas a reestruturação pode ser feita sem a falência?", indaga um consultor do setor automotivo. Um dos pontos centrais é quanto o governo Obama está disposto a subsidiar a recuperação das empresas.

As três maiores montadoras americanas - Ford, GM e Chrysler - devem apresentar seus planos de recuperação nesta terça-feira (17/2), às 17 horas (20 horas em Brasília). O plano é um dos requisitos para que as empresas tenham acesso à ajuda pública. No final de dezembro, o Congresso aprovou a liberação de 17,4 bilhões de dólares às montadoras, provenientes do TARP, fundo criado inicialmente para socorrer os bancos americanos em dificuldade.

Somente a GM receberá 13,4 bilhões de dólares. A Chrysler ficará com os outros 4 bilhões. Por ora, a Ford afirma que não tem necessidade de recursos públicos, mas tentou deixar a porta aberta para uma eventual ajuda federal.

O mercado espera que as montadoras solicitem recursos extras para conseguir se reerguer. A GM necessitaria de alguns bilhões a mais para evitar a falência. Já a Chrysler deve pedir mais 3 bilhões de dólares. Representantes do governo Obama vêm alertando a GM para que incorpore a falência como um de seus cenários. Porta-vozes da empresa não comentaram a possibilidade, mas pessoas a par do assunto afirmam que a montadora está detalhando um plano de recuperação judicial.

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