Negócios

Corus fica com 62,4% da CSN

A CSN divulgou nesta quarta-feira, oficialmente, seu memorando de intenções para a troca de ações e futura fusão com o grupo anglo-holandês Corus, fabricante de aço. Pelos termos do memorando, será formada uma nova empresa, a CSN HoldCo, que trocará ações com a Corus. A nova empresa não tem nome definido ainda. A Corus ficará […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

A CSN divulgou nesta quarta-feira, oficialmente, seu memorando de intenções para a troca de ações e futura fusão com o grupo anglo-holandês Corus, fabricante de aço.

Pelos termos do memorando, será formada uma nova empresa, a CSN HoldCo, que trocará ações com a Corus. A nova empresa não tem nome definido ainda. A Corus ficará com 62,4% das ações da CSN, enquanto a empresa brasileira terá a maior participação na Corus, com 37,6%. Isso dá vantagem à CSN no board da empresa, já que a maior participação na anglo-holandesa atualmente fica abaixo de 10%. A troca de ações será de 1 para 1.

As duas empresas formarão um novo grupo que valerá cerca de 5 bilhões de dólares. O valor de mercado da CSN é estimado em 1,2 bilhão de dólares. Pelo acordo de troca de ações, os 37,6% da CSN passariam a valer 1,8 bilhão de dólares, portanto a CSN estaria recebendo um prêmio da Corus de 600 milhões de dólares. "Sempre disse que a CSN não seria vendida e seria uma multinacional", afirmou o empresário paulista Benjamin Steinbruch, controlador da Companhia Siderúrgica Nacional.

O acordo também define que Steinbruch será o vice-presidente do conselho desta nova empresa até 2004. A partir desta data, o presidente em exercício se aposenta e o brasileiro assume a presidência da nova holding. Esse memorando de intenções tem quatro meses para ser efetivado. Para a Corus, o acordo que lhe possibilita acesso a minério de ferro brasileiro barato e aumentará os lucros por ação da companhia em 2003.

Segundo Steinbruch, o BNDES, credor da Vicunha Siderurgia, está sendo informado do conceito da negociação e, após a assinatura do memorando, os termos do acordo serão submetidos oficialmente ao banco. "Prosseguiremos com a estratégia de internacionalização, visando aumentar as exportações para os Estados Unidos e Europa." O JP Morgan assessora a CSN na fusão, e o HSBC e o Credit Suisse First Boston, o grupo Corus.

A nova companhia passa a ser a quinta maior siderúrgica do mundo, atrás do grupo europeu Arcelor, da NKK-Kawasaki, da Posco (sul-coreana) e da Nippon Steel (japonesa). Atualmente, apenas a Corus tem a capacidade de produzir de 20,4 milhões de toneladas por ano e, em 2001, obteve um faturamento de US$ 11 bilhões/ano. Steinbruch afirmou que "a combinação (entre as empresas) produza em torno de 250 milhões em sinergias a partir do terceiro ano". Segundo ele, as duas empresas juntas faturam 14 bilhões de dólares por ano.

Em novembro será executada a documentação definitiva da transação. E até dezembro, as empresas aguardam a aprovação final dos órgãos reguladores. Entre novembro deste ano e janeiro de 2003, as empresas programam a distribuição de documentação aos acionistas e a aprovação dos atos societários. A finalização está prevista para o primeiro trimestre de 2003.

Corus

A Corus é uma empresa criada em 1999 após a fusão da estatal britânica British Steel e da holandesa Hoogovens. Atualmente, a empresa ocupa o segundo lugar na produção de aço na Europa e é o sétimo produtor mundial. A companhia anglo-holandesa, informa a agência de notícias Reuters, tem fechado fábricas e demitido empregados em reação aos fracos preços do aço. A empresa tem um valor de mercado em torno dos 4 bilhões de dólares, enquanto a CSN vale cerca de 1,2 bilhão de dólares.

As especulações envolvendo as duas empresas começaram no final de abril, com a saída da então principal executiva da CSN, Maria Sílvia Bastos Marques. Steinbruch, também presidente do Conselho de Administração da empresa, assumiu as funções da executiva.

As empresas optaram pela troca de ações porque esbarrariam numa condição legal do BNDES, que financiou o grupo Vicunha na compra das ações da Previ e da Bradespar na CSN, dentro do processo de descruzamento das participações entre a Companhia Vale do Rio Doce e a CSN. O banco ficou com o direito sobre o lucro em uma eventual venda do controle da CSN.

CSN

A CSN foi fundada em 1941 pelo presidente Getúlio Vargas, com ajuda do governo norte-americano. Foi privatizada em abril de 1993. Seu principal acionista é o grupo Vicunha, com 46,5%. Em março de 2001, a Companhia Vale do Rio Doce e a CSN concluíram uma operação de descruzamento e passaram a atuar independentemente.

Com a nova razão social, a CSN HoldCo terá o direito de nomear três membros não-executivos para o Conselho de Administração do novo grupo, além disso, dois membros executivos da CSN serão indicados para a diretoria executiva da Corus, sendo que um deles também será nomeado membro do conselho.

As duas empresas, que reúnem um dos produtores de aço de menor custo do mundo com um dos líderes europeus, terá um portfolio de produtos extenso, com aços carbonados planos e longos. "A combinação cria uma plataforma para crescimento adicional, com produção de baixo custo e exportações", afirma a CSN.

Metalic

Nesta segunda-feira, a CSN aprovou a compra da Companhia Metalic Nordeste, num negócio de 215,5 milhões de reais. A Metalic já pertencia ao grupo Vicunha, um dos proprietários da CSN, e fabrica latas de aço para bebidas, com matéria-prima produzida a partir de aço especial da CSN.

A maior produtora de aço do país vai pagar 108 milhões de reais pela aquisição integral da Metalic, empresa de capital fechado e com sede em Fortaleza (Ceará), além de assumir obrigações financeiras de 107 milhões de reais.

Em comunicado enviado à Bovespa, a CSN esclarece que o conselho de administração da empresa aprovou a proposta encaminhada pela Metalic em 8 de julho. A compra será submetida a aprovação em Assembléia Geral Extraordinária a ser realizada em 14 de agosto. "Tal decisão reflete a estratégia comercial da CSN para abrir novas alternativas de negócios e de mercados para os produtos CSN", informa a companhia em nota.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Negócios

Sentimentos em dados: como a IA pode ajudar a entender e atender clientes?

Como formar líderes orientados ao propósito

Em Nova York, um musical que já faturou R$ 1 bilhão é a chave para retomada da Broadway

Empreendedor produz 2,5 mil garrafas de vinho por ano na cidade

Mais na Exame