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Com 'Rapunzel' e 'Morte Súbita', Lola supera R$ 500 milhões e mira o mercado internacional

Conhecida pelos produtos com nomes divertidos, a marca de cosméticos quer crescer fora das capitais e nos canais farma e alimentar. No exterior, o foco é nos Estados Unidos

Linha para crescimento capilar da marca Lola (Lola From Rio/Divulgação)
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 8 de janeiro de 2025 às 08h31.

Última atualização em 8 de janeiro de 2025 às 11h37.

O tônico capilar Rapunzel e a máscara hidratante Morte Súbita estão por toda parte: em perfumarias, marketplaces, redes sociais e até em quiosques fora do Brasil. Ambos são destaques no portfólio da marca de cosméticos Lola. O primeiro é o produto que mais cresceu no ano passado e o outro é o campeão de vendas.

Presente em mais de 20.000 pontos de venda no país, a Lola conseguiu cravar seu espaço no competitivo mercado de beleza brasileiro com nomes criativos e fórmulas veganas. Fundada em 2011 por três gaúchos no Rio de Janeiro, a marca encerrou 2024 com faturamento superior a R$ 500 milhões. Agora, o plano para 2025 é crescer mais 20%, consolidar sua presença nos Estados Unidos e reforçar novos canais de venda no Brasil.

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Como o negócio foi fundado

A Lola Cosmetics (agora, Lola From Rio) foi criada em 2011, no Rio de Janeiro, por três empreendedores gaúchos: Dione Vasconcellos, Jaqueline Vasconcellos e Milton Taguchi. Com a proposta de transformar o cuidado capilar em algo mais acessível, sustentável e divertido, o trio adotou o espírito despojado da cultura para dar identidade à marca.

No início, a operação era enxuta e os produtos eram vendidos em poucos pontos de venda, mas a proposta ousada chamou atenção rapidamente. Embalagens coloridas, nomes irreverentes e fórmulas livres de sulfatos e parabenos fizeram com que a marca se destacasse em um mercado dominado por multinacionais.

Essa abordagem, que chamou a atenção principalmente do público com cabelos cacheados e crespos, abriu portas para a Lola crescer de forma acelerada, conquistando o público brasileiro e, posteriormente, o internacional.

"Como operação, podemos nos orgulhar de ser uma empresa multicanal. Hoje se você for ao mercado ou farmácia perto de sua casa, visitar seu site favorito, ou passear no shopping fim de semana, com certeza encontrará Lola", diz Pedro Taguchi, diretor comercial e de operações da Lola.

Como a Lola cresceu em 2024

Pedro Taguchi, diretor comercial da Lola From Rio

A receita da Lola vem de canais variados, mas 30% está nas perfumarias, onde a marca constrói grande parte de sua identidade. O e-commerce também é destaque, representando outros 30%. Farmácias e supermercados, ainda com participações menores – 15% e 2%, respectivamente – são apostas para os próximos anos.

“A pandemia nos ensinou muito. Crescemos naquele período porque conseguimos nos adaptar rápido. Hoje, seguimos focados em oferecer o melhor custo-benefício, mesmo com desafios como a volatilidade do dólar e os custos de transporte”, diz Taguchi.

Além disso, a Lola aposta em distribuidores parceiros para ampliar sua presença fora das capitais, onde enfrenta dificuldades para alcançar consumidores. Atualmente, esses distribuidores respondem por 20% das vendas no mercado nacional, mas têm um papel essencial para atender cidades do interior.

“Vamos bem nas capitais, mas ainda temos muito a crescer nas periferias dos estados. Com os distribuidores, conseguimos chegar a mercados menores de forma eficiente e estratégica”, explica Taguchi.

Para acompanhar o crescimento de pontos de vendas, a marca investe nos últimos anos no aumento da capacidade de produção da fábrica no Rio de Janeiro.O recorde de produção é de 4 milhões de unidades por mês.

Do lado logístico, a companhia conta com dois centros de distribuição no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.

“Vamos inaugurar um novo centro de distribuição em São Paulo no primeiro semestre de 2025 e estudamos abrir outro no Nordeste. Isso deve reduzir os custos e melhorar o atendimento em mercados distantes das capitais”, diz o executivo.

Internacionalização e novos desafios

Com capital próprio, a Lola mantém o espírito de empresa familiar e aposta em um crescimento sustentável. O desafio agora é consolidar sua posição no mercado global.

Com presença em 35 países, a exportação já responde por 10% da receita. A expectativa é dobrar a participação do mercado exterior neste ano. O foco agora é se consolidar na América Latina, em mercados como Argentina, Chile e Colômbia. Mas o principal movimento está nos Estados Unidos.

“Adaptamos nossos rótulos para o inglês e espanhol, e estamos negociando com grandes redes varejistas como o Walmart. Nosso objetivo é atender não só a comunidade brasileira lá fora, mas também o consumidor local”, diz Taguchi.

Expansão do portfólio

Embora o foco principal continue sendo o tratamento capilar – com cremes, máscaras, óleos e finalizadores –, a Lola tem investido em outras categorias. Aromatizantes, sabonetes e colônias fazem parte da estratégia para ampliar o portfólio e atrair novos públicos.

Nas lojas próprias, localizadas no Rio e em São Paulo, a experiência do consumidor é uma prioridade. As unidades oferecem produtos exclusivos e personalizados, além de lavatórios para testar os cosméticos. “Queremos que o cliente experimente o portfólio completo e tenha contato direto com a essência da marca”, diz Taguchi.

Apesar disso, a expansão de lojas físicas está temporariamente pausada. “O custo Brasil pós-pandemia complicou a operação em shoppings e lojas de bairro. Por ora, estamos priorizando quiosques e parcerias estratégicas”, explica.

Os planos para 2025

Com o faturamento já em outro patamar, a Lola traça metas mais estratégicas. “Estamos focados em consolidar nossa participação de mercado e aumentar a penetração fora das capitais, especialmente no interior do Brasil. Queremos crescer de forma sustentável, sem abrir mão da nossa essência”, diz Taguchi.

O crescimento projetado para 2025 é de 20%, e a empresa planeja lançar mais produtos adaptados a diferentes mercados.

A expansão nos canais farma e alimentar é uma das grandes apostas da Lola para os próximos anos. Hoje, esses canais representam 15% e 2% das vendas, respectivamente, mas a empresa enxerga um grande potencial de crescimento.

“Farmácias e supermercados são estratégicos, especialmente para apresentar novos produtos e ampliar nossa base de consumidores”, afirma Pedro Taguchi, diretor comercial e de operações da Lola.

A marca já trabalha com redes importantes, mas busca aumentar o portfólio disponível nesses pontos de venda para ganhar relevância e conquistar mais espaço nas gôndolas.

Além disso, seguirá investindo em marketing digital, especialmente no TikTok, onde já acumula mais de 700 mil seguidores.

“Estamos jogando outro jogo agora. O desafio não é só crescer, mas crescer bem, com eficiência e presença mais forte onde ainda não somos tão competitivos”, conclui Taguchi.

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