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Chrysler está operacionalmente falida, admite seu presidente

Montadora americana tenta vender ativos para fazer caixa e manter as atividades

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

O presidente da montadora americana Chrysler, Robert Nardelli, admitiu ao The Wall Street Journal que a empresa enfrenta sérias dificuldades financeiras. "Se alguém me perguntar se estamos falidos, tecnicamente não estamos. Mas operacionalmente, sim", afirmou o executivo a funcionários da montadora, em um encontro no início de dezembro. Procurado pelo WSJ, Nardelli confirmou a declaração. "A única coisa que nos mantém longe da falência são os 10 bilhões de dólares que os investidores aportaram", disse.

Há apenas quatro meses, a companhia foi vendida pela alemã Daimler ao fundo de participações americano Cerberus Capital Management. Na prática, os alemães pagaram para que o fundo assumisse a empresa, que sofreu um prejuízo de 1,5 bilhão de dólares no ano passado, decorrentes, em grande medida, dos pacotes de benefícios pagos a aposentados e funcionários sindicalizados.

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Para fazer caixa e manter as operações, a Chrysler está tentando vender alguns ativos, como terrenos e fábricas velhas. O total dos bens ofertados alcança 1 bilhão de dólares, embora haja a possibilidade de serem contabilizados por um valor menor nas demonstrações financeiras.

Neste ano, a empresa espera perdas de 1,6 bilhão de dólares. Com o agravamento da situação, Nardelli limita-se a dizer que espera "melhorias significativas" para o próximo ano. Inicialmente, o executivo supunha poder gerar algum lucro já em 2008.

A venda de ativos é a alternativa mais viável para a montadora neste momento. As grandes instituições financeiras estão mais seletivas para liberar crédito, porque continuam sofrendo os efeitos negativos da crise das hipotecas americanas. A Cerberus, sua nova controladora, também pode ajudar pouco agora. O fundo de private equity enfrenta graves perdas causadas pelo subprime, oriundas da GMAC Financial Services, braço financeiro comprado da General Motors por 12 bilhões de dólares.

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